Cris e o irmão têm envolvimento em assaltos, especialmente nos do tipo “saidinha bancária”

Cris negou envolvimento direto nas mortes (Foto: Divulgação / SSP).

Cris negou envolvimento direto nas mortes (Foto: Divulgação / SSP).

Um dos suspeitos de ter ligação com a morte das duas adolescentes Gabriela Alves Nunes, de 13 anos, e Janaína Brito Conceição, de 16 anos, deu mais detalhes sobre as circunstâncias do assassinato das jovens, que foram decapitadas e tiveram os corpos abandonados na avenida San Martin. Preso desde a sexta-feira, Jarbas Cristiano Chaves de Souza, o Cris, 24 anos, negou ter envolvimento direto no assassinato das garotas. Ele e seu irmão Wisley Chaves de Souza, o Will, foram detidos em Aratuba, na Ilha de Itaparica, e apresentados à imprensa nesta segunda-feira (6).

Segundo Cris, ele faz parte do bando de Adriano, Lequinho e RIsovaldo Hora Costa, o Riso, apontados como autores da execução das adolescentes. Ele disse que participou, com Adriano e outros dois comparsas, de um assalto a um depósito de bebidas, em Pero Vaz, quando foi usado o Fiat Punto que depois serviu para abandonar os corpos das garotas na San Martin.

Depois do roubo, o bando foi para a Nova Divinéia, onde encontraram Lequinho com as duas adolescentes. Lequinho disse a todos que uma das garotas namorava Alan, líder do tráfico na região de Manguinho, no Engenho Velho da Federação. O grupo pretendia invadir o Manguinho e perguntaram às adolescentes onde Alan escondia as armas e as drogas. Janaína teria indicado um lugar onde seria o esconderijo de Alan.

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Logo depois, Lequinho telefonou para um comparsa, ainda não identificado, que disse que a informação das garotas era mentira e que elas estavam tentando atraí-los para uma armadilha. Depois disso, segundo o depoimento de Cris, as duas começaram a ser agredidas com socos e pontapés. Nessa hora, Cris disse que saiu para comprar comida e que Lequinho passou por ele com um facão, dizendo que iria amolá-lo.

Cris negou ter envolvimento na execução das adolescentes, dizendo que passou todo o tempo vigiando um ponto que dá acesso à comunidade para o caso da polícia chegar. Depois, segundo ele, o grupo se reuniu e decidiu abandonar os corpos na avenida San Martin – para tentar atribuir a culpa a outra quadrilha de traficantes, que atua na área.

Cris e o irmão têm envolvimento em assaltos, especialmente nos do tipo “saidinha bancária” e foram presos em uma investigação para coibir este tipo de crime. Com eles, foi apreendido um celular que contém mensagens que podem ajudar a polícia na investigação. Os dois estão detidos na Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos (DRFR). Segundo a Secretaria de Segurança Público (SSP) as buscas por Lequinho e Riso foram intensificadas.

Redação CORREIO DA BAHIA