Nesse momento onde os ânimos voltaram a se acirrar entre as duas cidades mais importantes da região cacaueira baiana, cada uma querendo definir onde começa o seu território, quando o marco territorial foi um dia danificado pela enchente, lembro-me dos velhos tempos dos grandes times de futebol que ambas esbanjavam.

Pelo lado de Ilhéus, tínhamos o Flamengo, o Vitória, o Colo-Colo e a nossa seleção.

Pelo lado da vizinha Itabuna, aparecia o Fluminense, o Janízaros e a terrível seleção itabunense, que não era mole.

Além do futebol, o embate entre as duas cidades se irradiava para outros pontos, tipo comércio, o carnaval, o são João, eram os papa caranguejo aqui e os papa jaca por lá.

Para se ter uma idéia da rivalidade, existia na Praia da Avenida Soares Lopes, nas imediações onde hoje existe o Centro de Convenções, a praia do pessoal de Itabuna, pode?

Até na CEPLAC havia disputa interna entre funcionários que moravam em Ilhéus e os de Itabuna.

Os funcionários ilheenses alegavam que as compras de materiais eram feitas mais no comércio de Itabuna e pouco ou quase nada era adquirido em Ilhéus, mas a gente daqui perdia sempre, pois o chefe do setor de compras era de Itabuna, portanto, a disputa era desigual.

Mais no final das disputas, além das rivalidades, sempre prevaleceu a amizade e o vai e vem de pessoas freqüentando lá e cá.

Voltando aos dias atuais, quando as duas prefeituras estão atentas aos limites territoriais, principalmente com a chegada de duas grandes empresas atacadistas, aparecem em cena novos personagens, cada um puxando a sardinha para a sua rede, o que acho de suma importância, pois a proximidade entre as duas cidades está aumentando a cada dia, propiciando que os homens do poder comecem a discutir os novos rumos.

No meio das discussões técnicas, senti a falta de um ilheense entendido no assunto, trata-se do meu amigo pontalense JOSÉ REZENDE MENDONÇA,funcionário aposentado da CEPLAC e detentor das especialidades de cartografia e aerofotogrametria, que com certeza iria contribuir com qualidade técnica para enriquecer os debates.

Conversando esta semana com o amigo Rezende, senti a sua vontade em mostrar o trabalho que realizou na confecção dos mapas das cidades de Ilhéus e Itabuna, bem como de toda a região cacaueira, quando exercia as suas funções técnicas na CEPLAC.

Ainda a tempo de a prefeitura convocar o técnico Rezende, para que o mesmo possa mostrar o trabalho que realizou na CEPLAC, e que com certeza seria de grande utilidade nas análises técnicas que estão sendo realizadas.

ZÉCARLOS JUNIOR