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Carlos Pereira em: AINDA PALOCCI E O PT.

Semana passada escrevi um artigo publicado neste site afirmando que nem Palocci era mais o trotskista que foi e nem o PT o partido das origens- uma forma de organização inovadora, muito democrática (aceitando naturalmente as suas muitas tendências), com sólida ligação com os muitos movimentos sociais e que propunha a construção de uma sociedade socialista. O PT nasceu popular (seria exagero dizer que surgiu de baixo para cima – isto não acontece-, alguém reúne para propor, mas os de baixo tinham forte influência), diferenciava-se de todos os partidos socialdemocratas europeus (incluindo os comunistas) pelo fato de não surgir e não constar em seus estatutos ser uma organização marxista; todos os do velho continente até a década de 90 do século XX constava- incluindo o trabalhista inglês.

A forma original de criação e processo de estruturação do partido deu vezo à publicação de muitos livros (no Brasil e no exterior) tratando da temática. Hoje, a única originalidade em relação aos congêneres europeus, é a rapidez da mudança, aqueles levaram em média cinqüenta anos para passarem de revolucionários à administradores da ordem capitalista, a transmudação petista é de velocidade muito maior. Apenas constato a mudança, sem querer entrar no mérito se isso é bom ou ruim ou mesmo inexorável.

O partido continua tendo apelo popular, tem raiz, mas não tem mais a dinâmica da militância diurna, conserva as suas muitas tendências, mas é um partido mais burocratizado e de quadros (cujas decisões são as da direção da tendência dominante- variando de local a local) e o seu horizonte não é mais o socialismo. Virou um partido social democrático clássico (com as virtudes e mazelas, incluindo possíveis corrupções, ocorridos na história dos partidos similares europeus). Tem mais capilaridade e organicidade social do que os demais partidos nacionais, no entanto, não é mais um partido dos movimentos, transforma-se dia a dia numa máquina eleitoral de disputa do poder institucional. É diferente, porém, aos poucos, vai incorporando as práticas tradicionais da política “burguesa” de sempre.

Alguns amigos concordaram com o teor do texto da semana passada. Outros não. Acharam que ele defendia o Palocci. Não o defendia e nem o atacava.

A matéria veiculada na imprensa é seletiva, não visa moralizar a relação das autoridades (ou Ex) com as empresas em suas “consultorias”. É “jabuti em pé de goiaba”, há interesses subalternos Mem jogo e objetiva desgastar, emparedar, pautar o governo Dilma. O que Palocci fez muitos outros fizeram e continuam fazendo. Há uma omissão legislativa proposital nesse tipo de atividade; as fronteiras entre o lobby, o tráfico de influência e as consultorias são muito tênues. Por que nunca se abordou as consultorias de FHC, Francisco Dornelles, Pedro Malan, Gustavo Franco, Delfim Neto e muitos outros? Não existe proibição legal para tal atividade, mas o enriquecimento é fácil…
As explicações de Palocci ao Senado são de uma falta de habilidade exemplar (ou talvez, de muita habilidade…). Nelas o ministro relaciona diversos ex-ministros e parlamentares que fazem consultorias, parece uma espécie de “todo mundo faz, eu também posso fazer” ou “me defendam ou a casa cai”. Foi muito infeliz. Luiz Nassif, em seu livro “Cabeça de Planilha”, narra o “modus operandi” de alguns personagens mencionados (Pérsio Arida, Oto Lara Rezende, Antônio Lopes, Etc). Enfim, Palocci disse: “Eles fazem, eu também faço, somos iguais”. E isto é verdade, salvo para ingênuos.

O enriquecimento do ministro é inusitado, pode vir a aparecer ilicitudes, mas aparentemente é fruto de um jogo histórico muito antigo onde há muita nebulosidade sem existir proibições expressas ou tácitas. Será que a mídia tem interessar em provocar um grande debate para que o lobby e as consultorias venham a ser regulamentadas, inclusive com a expressa proibição de que deputados ou agentes políticos possam fazê-las? Não creio.

No bojo da denúncia principal deve surgir, a conta gotas, outras. Vão tentar, através de Palocci, minar o governo Dilma. Este tem que reagir e não será fingindo que não existe nada. Infelizmente, mesmo que seja coberto da maior legalidade possível, este assunto é um grande pepino para o governo. Acredito que Franklin Martins terá que voltar para o governo. Este assunto não pode ser maior do que o Plano de Erradicação da Miséria.

1 resposta para “Carlos Pereira em: AINDA PALOCCI E O PT.”

  • João Neiva says:

    Há outra indagação. O enriquecimento foi num período de quatro anos, com enfase em 2010, por que somente agora, quando o Código Florestal está sendo votado, o assunto veio a baila? Sabe-se também que Palocci é a parede para as pretensões fisiológicas do PMDB, ou seja, Dilma coloca ele para servir de anteparo. Entretanto, fato é fato, o cara mudou muito, êita trotskista sabido da gota. Imaginem vocês, aqui em Ilhéus, amanhã aparece Ednei consultor para assuntos educacionais e, em pouco tempo,vira dono de um bocado de colégio particular. Nada é impossível…
    João Neiva

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