Há meses estou me dedicando ao meu mais novo empreendimento literário. A obra com o título provisório – Luz na Prisão – é destinada prioritariamente às pessoas que estão encarceradas. A ideia é propiciar a oportunidade de reflexão acerca do que influencia na prática da conduta delitiva e como trilhar outro caminho caso se deseje. Confesso que não está sendo fácil escrever um livro assim. Primeiro, por destinar-se a uma parte da população que costuma não ser olhada com amor, mas com desprezo. Segundo, pela necessidade de fazer algo objetivo e direto, claro a ponto de ser entendido tanto por quem tem instrução como por quem não a possui. Também conciso, pois a maioria das pessoas, convenhamos, não gosta de ler. Precisa atingir o objetivo de deixar o leitor à vontade e, ao mesmo tempo, fazer com que se identifique com as situações ali descritas, para que possa perceber que nada acontece por acaso, e que uma mudança requer, no mínimo, o desejo de fazer diferente.

Vencidos os primeiros desafios, o projeto foi entregue nas mãos de dois grandes amigos. Bonifácio Hartmann, cônego premonstratense, brasileiro de coração, atualmente morando na Bélgica; e Raul Suzin, frade capuchinho residente no Brasil, no Rio Grande do Sul. O intuito era conseguir opiniões sinceras e correções doutrinárias, além de outras sugestões. A obra, que possui conotação religiosa católica, inicia com a origem do mal, pontuando sua influência em nossas atitudes. Segue apresentando casos verídicos que são analisados, levando-se em conta o que motivou a ação criminosa e seus desdobramentos na vida da pessoa. Posteriormente, busca-se esclarecer e diferenciar remorso de arrependimento, mostrando qual deles é eficaz auxiliar numa mudança de vida para melhor.

O livro também foi apreciado pela psicóloga criminal, Maria de Lourdes Kerche, diretora do Centro de Ressocialização existente na cidade de Jaú (SP), e que conta com vários internos. Por iniciativa dela, a obra foi entregue a alguns reclusos, com a finalidade de extrair suas opiniões e considerações a respeito. Nesta semana, tive a grata satisfação de receber duas avaliações realmente maravilhosas, que me estimulam a continuar com este projeto e me dão a certeza de que temos muito a aprender sobre o mundo prisional. Pretendo ainda trocar outras idéias para finalizar a apresentação do presente trabalho, mas estou motivada diante da acolhida dos reeducandos.

Uma etapa importante para o sucesso desta iniciativa é despertar o interesse de alguma editora na publicação e comercialização da obra, motivo pelo qual escrevi este artigo. Tenho certeza de que o Senhor Deus já semeou no coração de algum editor o desejo de investir numa publicação com a finalidade de promover e contribuir na recuperação de pessoas que se encontram privadas de sua liberdade de locomoção, mas não de decisão. Editoras que porventura se interessem na presente obra podem obter maiores informações através do e.mail: contato@mariaregina.com.br. Conto com as orações de vocês!

 

Maria Regina Canhos Vicentin (e.mail: contato@mariaregina.com.br) é escritora.