Os funcionários dos Correios vão cumprir a ordem do TST (Tribunal Superior do Trabalho) e começam a trabalhar a partir da madrugada desta quinta-feira.

Segundo o secretário-geral da federação da Fentect (Federação dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares), José Rivaldo da Silva, a maioria dos Estados já decidiu por suspender a greve iniciada há quase um mês.

Correios levarão 10 dias para normalizar serviço a partir de amanhã

Nos Estados em que as entidades regionais ainda não realizaram assembleia após a decisão do TST, na noite da última terça-feira, os sindicatos e a federação nacional vão orientar os trabalhadores a cumprirem a decisão do Justiça.

“A maioria dos trabalhadores já decidiu por começar a trabalhar na quinta-feira. A orientação da federação e dos sindicatos é para cumprir a decisão, mas a palavra final é sempre das assembleias. Mas mesmo que um ou dois sindicatos decidam por manter a greve, a maioria vai trabalhar e o serviço será regularizado”, disse.

A federação afirma ainda que, mesmo nos Estados em que as assembleias só será realizada amanhã, o retorno ao trabalho poderá começar logo em seguida. De acordo com a Fentect, Distrito Federal, Rio de Janeiro, Maranhão e Ceará são alguns dos Estados que já decidiram por retomar as atividades amanhã cedo.

Em São Paulo, a assembleia será realizada às 18h desta quarta-feira. “A nossa orientação é para começar a trabalhar amanhã de manhã e cumprir a decisão do TST. Foi uma vitória importante, chegamos onde poderíamos chegar”, afirmou Arnaldo de Salvo Júnior, do sindicato de São Paulo.

REAJUSTE

A decisão do TST prevê reposição na inflação de 6,87%, reajuste linear de R$ 80 a partir de outubro e um vale extra (alimentação) único de R$ 575. O resultado é muito abaixo da reivindicação inicial dos trabalhadores, que pediram reajuste de 7,16%, reposição das perdas dos últimos 16 anos de 24% e reajuste linear de R$ 400.

A greve começou em 14 de setembro. A empresa manteve a versão, durante toda a greve, que a adesão não passou de 25% dos 110 mil funcionários. Os funcionários chegaram a falar em 70%.

Praticamente não houve fechamento de agências, mas a empresa calcula que 184 milhões de cartas e encomendas tenham atrasado.

FOLHA.COM