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CORONÉIS DE AREIA E O PORTO SUL…

Com o título acima, o Diário de Ilhéus de ontem, 27.10.2011, publica artigo assinado pelo Sr. Kiko de Assis, que se declara Publicitário e Produtor Cultural, que mostra até que ponto se pode ser desrespeitoso com aqueles que construíram a nossa região e inconseqüente ao construir um texto que procura defender o Complexo Intermodal, mas que só faz deslocar o eixo da discussão e fazer com que pessoas até simpatizantes do Projeto, passem a vê-lo com algumas reservas.

Vamos ao completamente equivocado texto do Sr. Kiko de Assis.

Coronéis de areia e o Porto Sul…

Quando ouço pessoas criticar a implantação do Porto Sul fica patente que tudo não passa de uma estratégia da combalida e desesperada classe dos cacauicultores (leia-se coronéis) falidos de Ilhéus.

Esses “fazendeiros” criaram seus filhos com todos os “mimos de Rei”, depositaram fortunas em suas contas bancárias quando estes moravam no Rio de Janeiro ou em Salvador para concluir (?) seus estudos (embora saibamos que a grande maioria destes nunca chegava bem próximo aos campi universitários à época), e a farra rolava solta e os empréstimos bancários eram igualmente exorbitantes, afinal o cacaual estava cacauando (como diria Delfim Neto na sua incursão pelo Ministério da Agricultura). Pois bem, hoje se vislumbra uma real possibilidade de recuperação econômica da região Sul da Bahia através da chegada do Porto Sul, não obstante, esses velhos “coronéis” teriam que conviver com uma nova sociedade se organizando em torno de uma coisa absolutamente desconhecida deles que é o TRABALHO! Filhos desqualificados, herança comprometida até a décima geração, como segurar a pose? E ainda ter que assistir os “Candangos” construir riqueza em cima do ócio celebrado, e demais pra essas cabeças equivocadas das terras de Gabriela.

O que incomoda mais é o fato de sentirem que serão expurgados do processo pela falta de competência no novo “negócio”, os filhos carregarão pedras pros faraós e isso mostrará a CARA dos falidos!

Senhores coronéis, pensar Ilhéus do tamanho das suas cabeças já não cabe mais no contexto, querer uma cidade bucólica com a economia baseada na pesca é no mínimo retrógado, depositar suas expectativas no poder público municipal como fonte geradora de emprego e renda é um modelo absolutamente incompatível com a realidade que se apresenta em toda Bahia e no Brasil, portanto, desçam de seus tronos esfarrapados, arregacem suas mangas, larguem o discurso preguiçoso e façam por seus netos o que não conseguiram fazer por seus filhos.

Sr. Kiko, estes que o Senhor chama de “coronéis” e que desqualifica de forma tão mesquinha, construíram com suor e sangue esta nossa terra, outrora pujante, e ajudaram a preservar esta grande riqueza que são os remanescentes de Mata Atlântica, que temos a “obrigação de preservar”. Estes que o Senhor diz que não têm competência para o “novo negócio” construíram a CEPLAC, a UESC e fizeram com que esta Região fosse conhecida mundialmente. Estes que o Senhor chama de preguiçosos foram responsáveis durante muito tempo pelos excelentes saldos no balanço de pagamento do nosso Estado. Estes que o Senhor denomina de falidos, mesmos com os problemas causados pelas diversas pragas que assolaram a cacauicultura, conseguiram renovar as suas plantações e aumentar a produtividade das suas lavouras. Estes que o Senhor diz que os filhos carregarão pedras para os faraós, adaptaram as suas propriedades e hoje geram emprego e renda através do Turismo Rural.

O que se discute hoje Sr. Kiko, não é ser contra ou a favor do Porto Sul, mas sim, quais  condicionantes e compensações ambientais devem ser estabelecidas, para que se possa minimizar e mitigar os impactos ambientais que inexoravelmente o Projeto Porto Sul poderá causar.

Quero esclarecer Sr. Kiko, que não sou filho de cacauicultor, nem sou cacauicultor, mas não poderia deixar sem resposta este inconseqüente, inconveniente, inadequado e indecente artigo que o Senhor escreveu.

 

Carlos da Silva Mascarenhas

Ilhéense.

1 resposta para “CORONÉIS DE AREIA E O PORTO SUL…”

  • Anisio Cruz says:

    Eis aí, meu caro Mascarenhas, a dura realidade com que nos deparamos, ao sermos contra, ou a favor do tal porto sujo, como o denomino: a total ignorância do que foi a economia cacaueira, que como você bem disse, sustentou este Estado, por anos a fio, e que teve o seu apogeu na década de 80, antes da praga que a assolou, obra criminosa, como bem sabemos. É fato que a nossa população, atualmente, é constituída de grande percentual de chegantes, que trouxeram suas culturas, suas idéias, seus objetivos, muitos dos quais, verdadeiros aventureiros que, apostando na desgraça que se abateu sobre a lavoura, pretenderam mesmo aproveitar-se disso para atingirem os seus objetivos. A estes, os aproveitadores, pouco importa o que foi construido antes, ou o que vai acontecer depois do advento do tal porto. As suas massas encefálicas, se é que as possuem, estão nos seus abdomens, ou seja, pensam com o estômago, e defecam pela boca, num processo absolutamente fisiológico, como é próprio da espécie (refiro-me a anelídios, e assemelhados, sem qualquer ofensa aos invertebrados que habitam a profundeza do nosso solo). Ser contra, ou a favor de um empreendimento de tal dimensão, é próprio do processo, e só contribui para o seu aperfeiçoamento, mitigando o danos previstos, se houver a concretização. Pretender unidade de pensamento, é próprio do totalitarismo, regime que já experimentamos, e que não deixou saudades (em outras nações, os traumas ainda persistem, bem sabemos, haja vista o que acontece no Oriente Médio).
    Meu caro amigo, você sabe que sou contra o tal porto, e isso jamais abalou a nossa amizade, como também de outros ferrenhos defensorescom os quais discuto, respeitando-nos mutuamente, como é próprio de seres civilizados. Assim sendo, agradeço a defesa que fez, colocando-me como filho de um cacauicultor ativo, que plantou cerca de 300.000 pés de cacau ao longo da vida, e zelou de outros tantos recebidos em herança do seu pai, que foi um dos desbravadores pioneiros, partícipe ativo da saga da cacauicultura. Meu pai tinha as mãos calejadas, e limpas, tendo falecido antes do desgosto de assistir o debacle da lavoura que tanto contribuiu para o crescimento, inclusive sendo um dos pioneiros na técnica da cabruca. De minha parte, não tive nenhuma herança maldita. Ao contrário, dele herdei a dignidade, a honestidade, e outros valores éticos, e pessoais, que procurei transmitir aos meus filhos. Um grande abraço. Anísio José da Silva Cruz

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