Luiz Castro em: DECOLORES
FUTEBOL PRAIANO
Ilhéus já teve seus tempos áureos de futebol praiano. A praia da Avenida Soares Lopes foi palco de grandes espetáculos, onde se reuniam diversas agremiações esportivas, dando assim um panorama de atletismo, saúde e vigor.
A Liga Praiana de Futebol teve um destaque especial, pois tinham 06 (seis) times inscritos: Palmeiras, Pintor, Santa Cruz, River Plate, Satélite e Milionários.
Existiam desportistas de coração, que tinham amor e paixão por seus clubes, a exemplo de Marão e Ademar Porto pelo Palmeiras, Zequinha Onça pelo Pintor, Zé Guri e Ribeiro pelo Santa Cruz, Os Adami pelo River, Sargento Arara pelo Satélite e Juvenal e Augusto Magarefe pelo Milionários.
Fatos pitorescos aconteceram naquela época: durante uma partida, o tempo fechou entre os jogadores do Palmeiras e River Plate, devido a rivalidade existente, daí que durante a troca de tapas e beijos, Mario Mendes segurou um jogador adversário pedindo calma, e aproveitando que o jogador estava preso nos braços do Marão, Ademar do Bolo aproveitou e mandou um soco de direita, dizendo que ficasse calmo, pois eles estavam ali pra brincar. Outro fato ocorrido é que certa feita o Sargento Arara convidou o Clube do Radar do Rio de Janeiro para jogar pela primeira vez em Ilhéus, e a bola seria de coro, pois até então a bola era enrolada de cordão. Ocorreu que após a inédita partida, o Sargento Arara emocionado com a realização da partida, veio a falecer.
Lembro-me também do Santa Cruz F. C. que iria disputar uma partida de final de campeonato com o Palmeira Futebol Clube, e devido a rivalidade e importância da partida, o time do Santa hospedou-se no Ilhéus Hotel. Porém não adiantou pois veio a perder eplo plcar de 3 x 1. (que luxo para um time praiano).
Havia também a Liga Praiana da Semana Inglesa, fundada pelo saudoso Edvaldo Martins (Boca Larga), pessoa extremamente caprichosa, competente e organizada. A liga, porém não prosperou , por razões não divulgadas.
Na mesma época foi fundada a Liga Praiana de Futebol Juvenil, conhecida popularmente por Liga de Adelson Salva Vida. Vários clubes foram inscritos a exemplo do Carcará Atlético Clube (Luiz Castro), Condor Futebol Clube (Paulo e Guete), Lions Futebol Clube (José Augusto), Pontal Futebol Clube (Robson), Conquista Futebol Clube (Alcides) e Colo Colo de Arlindo do alto do Ceará.
Com relação as Associações Praiana de Futebol, existiu o Baba do Esgoto, presidida pelo saudoso Waltermiades do Baneb, e tempo depois veio nascer a ADEBI – Associação Desportiva Baba de Ilhéus,que foi presidida por vários desportistas e exemplo de Gutemberg Perelo e Alberto Pessoa. Temos também a AVEPI – Associação dos Veteranos Praianos de Ilhéus, que é presidida pelo incansável Jackson Lima. A AVEPI contou com vários craques do passado, lembro-me de Berá, Cabinho e Grimaldo.
Hoje, porém presenciamos uma total vazio na praia da Avenida Soares Lopes, somente a AVEPI existe, graças ao empenho do incansável e grande desportista Jackson Lima, que aos trancos e barrancos vai tocando o barco. Aproveito a oportunidade para parabenizá-lo.
A propósito ontem antes do baba dos veteranos, houve uma solenidade em homenagem ao saudoso Martial, o qual em seu ultimo desejo pediu para que suas cinzas fossem jogadas na praia da avenida, exatamente onde se realiza o tradicional baba e onde o mesmo foi participante da associação. Além de emocionante, fez lembrar o nosso Martial dando aqueles dribles desconcertantes no também saudoso Grimaldo.
Quero nesta oportunidade enviar meu fraternal abraço aos amigos desportistas Ademar Porto e Mario Mendes, Antonio Marques (Dú), Pami, Zé Guri, Zequinha Onça, Vitorino Palomo, Wandeco , Ivo, Zezito Rico, entre outros, que tanto fizeram pelo futebol praiano.
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Luiz Castro
Bacharel Administração de Empresa
1991
Luiz Castro:
Muito boas estas tuas lembranças do nosso futebol praiano. Naquela época a fome de jogar bola era tanta que alguns jogavam bola pela manhã na praia da Avenida Soares Lopes, e à tarde iam jogar no Mário Pessoa.
Lembro também de uma figura bem dedicada ao futebol praiano. O barbeiro Da Lapa, que era o “dono” do Ponte Preta.
Um abraço Luiz.
Carlos Mascarenhas