O Salon du Chocolat, evento mundial que será realizado em julho deste ano em Salvador, foi discutido nesta terça-feira (3) pelo governador Jaques Wagner e o comissário-geral dos salões, o francês François Jeantet, em reunião na Governadoria. O Salon du Chocolat vai reunir no Centro de Convenções representantes mundiais de todos os segmentos relacionados ao cacau, ao chocolate e seus derivados.

“Pensamos que o Brasil é o futuro do chocolate, com belos frutos e plantas. Os asiáticos e os chineses, principalmente, devem ser os consumidores dessa produção. A Bahia é extraordinária. É um lugar maravilhoso, onde há a produção da matéria-prima e do chocolate. E vi belas plantações e frutos de grande qualidade”, afirmou Jeantet.

Ele, a empresária Sylvie Douce, organizadora do Salon du Chocolat, e o coordenador do evento no Brasil, Diego Badaró, visitaram fazendas de cacau, o Centro de Convenções e o Palácio Rio Branco, onde serão realizados encontros paralelos, como o Fórum do Cacau e do Chocolate, que vai durar dois dias, reunindo produtores de todo o mundo.

“O salão é um encontro de pessoas e paixões. O chocolate é um produto mágico e promove esse encontro maravilhoso de sensações culturais e sensoriais. Esse evento vai ser um divisor de águas, abrindo oportunidade de negócios para quem trabalha com diversos produtos ligados ao cacau, como chocolateiros artesanais, produtores de café, vinho, charuto”, explicou Badaró.

Segundo o secretário da Agricultura, Eduardo Salles, o Salon du Chocolat é o maior evento do segmento no mundo, realizado em diversos países e que vem pela primeira vez para o Brasil. “É um momento histórico e marcante. Vamos entrar nesse circuito mundial e a expectativa é que tenhamos esse evento a cada dois anos. A Bahia foi escolhida para sediar o salão porque, juntamente com o Pará, é o estado onde está concentrada a produção nacional de cacau”.

Salles afirmou que o Estado está investindo no sul baiano, região onde se encontram cidades como Ilhéus e Itabuna e que já foi responsável pelo Produto Interno Bruto (PIB) da Bahia a partir da produção do cacau. Ele disse que a economia regional foi prejudicada pela vassoura-de-bruxa, que acabou com a lavoura cacaueira.

“Esses produtores puderam renegociar suas dívidas. Para o pagamento, eles terão oito anos de carência, em vez de quatro, e 12 anos para pagar, e não oito. Outro ponto importante é a disponibilização, por meio da biofábrica, de clones de plantas resistentes à vassoura-de-bruxa”, destacou o secretário.

Ele declarou também que o governo está trabalhando para a verticalização da indústria do chocolate em toda a região, com pequenas, médias e grandes fábricas. “Através da Seagri, estamos proporcionando ainda a diversificação, para que os produtores possam investir em várias culturas. Hoje, nessa região, somos os maiores produtores de graviola do mundo. Temos banana e estamos atraindo indústrias de suco e de processadores de frutos”.

De acordo com o secretário das Relações Internacionais, Fernando Schmidt, o salão será realizado em um ano em que se comemora também o centenário de Jorge Amado, que divulgou em sua obra a história do cacau no estado. “Isso significa um olhar de reconhecimento e um estímulo para que sejam superados obstáculos para que a cultura do cacau volte a viver uma situação de esplendor, não somente na produção, como também na industrialização”.