A lavagem das escadarias do Santuário de São Lázaro, na Federação,  deu início neste sábado, 28, em Salvador, aos festejos em homenagem ao santo católico da cura, mas também aos orixás Omolu e Obaluaiê, cultuados pelos religiosos do candomblé. Água de cheiro, banho de folhas e de pipoca somados a orações e cantigas embaladas por grupos de samba e de capoeira foram os componentes da lavagem.

O ponto alto dos festejos litúrgicos acontece hoje, no último domingo do mês de janeiro, quando é realizada a alvorada de fogos, o terço dos homens, nove missas, a procissão e a bênção do Santíssimo Sacramento. Amanhã, mais cinco missas serão celebradas, quatro no santuário e outra na Paróquia de Plataforma.

Este ano, o tema das homenagens é “São Lázaro cura nossos males”, com o lema “Saúde: um direito de todos”. “É uma forma de denunciar a precariedade da saúde pública, que agrava o sofrimento de pessoas enfermas”, disse o padre Rosivaldo Mattos, reitor do Santuário de São Lázaro. Para ele, o santo, representado pela figura de um mendigo, é um personagem teológico que traz mensagem da solidariedade e do acolhimento.

Missa afro – O momento marcante da convivência fraterna das duas religiões, segundo padre Mattos, é a Missa Afro, que acontece neste domingo, às 9  horas, no Santuário de São Lázaro. “É o momento em que o povo negro da cidade vem em busca de sua história, sua ancestralidade”, disse. O culto é marcado com toques de tambores e cantos em iorubá.

Da redação
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