Isaac Albagli

Nasceu na cidade de Ismirna, na Turquia, em 25 de dezembro de 1907. Em 1920, depois da morte de seu pai Josef Albagli, Isaac, sua mãe Sarah Chicourel e seus irmãos Samuel, Rafael e Rabeno, resolveram vir para o Brasil. Vieram num velho navio, uma sucata flutuante que ficou parada em Marselha, França, para consertos, só um ano depois conseguiram seguir viagem para o Rio de Janeiro, onde  aos treze anos de idade foi trabalhar na sapataria de um patrício, na Rua Gonçalves Dias, no centro da cidade, junto à Candelária, fazia  entregas, chegava em casa à noite, cansado, quase dormindo. Depois foi para Carangola, sul de Minas Gerais, trabalhar como mercador na área rural.
Em 1928, com vinte e um anos de idade, deixa sua mãe e seus irmãos no Rio de Janeiro, e vem para Ilhéus a convite de Alberto Chicourel, seu primo, dono da Casa Alberto, que funcionava onde depois foi instalada as Casas Pernambucanas e hoje está a loja Insinuante, na Rua D. Pedro II. Na Casa Alberto trabalhou como mascate nas fazendas da região. Visitava a Fazenda Raseira de Amarílio Tristão de Melo; Fazenda São José e Ponte de Zinco de Antônio Leolino de Souza; Fazenda Primavera de Virgílio Calasans de Amorim; Fazenda Itaquarana de Odilon Pompílio; Fazenda Roda D`agua de Alexandre José da Silva; Fazenda Almada de Pedro Augusto Ciqueira Lima; Fazenda Bonfim de Otaviano Muniz Barreto; Fazenda Provisão de José Maria Novais; Fazenda Ressurreição de Antônio Olimpio da Silva e muitas outras.
Em 1931 tornou-se sócio do Bar Sul Americano, em baixo da Pensão Vasco, onde hoje é o estacionamento do Banco do Brasil, depois seu único proprietário.
João Amorim, amigo e freqüentador do bar, notou o trabalho exaustivo de Isaac, e o incentivou a desistir do bar e abrir uma loja de louças e ferragens.  Assim, com o incentivo do amigo, em 6 de agosto de 1936, Isaac inaugurava a Casa Brasil, na Praça Firmino Amaral, que vendia desde materiais de construção até cristais  importados da Tchecoslováquia.  A loja funcionava em frente à Pensão Vasco, onde antes funcionava o seu bar, que foi vendido em 1935 a José Zimemberg. O Bar Sul Americano na época ocupava todo o térreo da Pensão Vasco, depois foi subdividido, funcionava na esquina a Farmácia Universal de Divaldo Reis, a loja de D. Biu, logo depois o Bar e Café Silgo de José Lago, depois Brandão Filhos um escritório de compra de cacau, e o Bar Bahia do espanhol Manoel Otan Duran (Manolo).
Em 15 de julho de 1933 tornou-se membro da Associação Comercial de Ilhéus e em 1946 do Rotary Clube de Ilhéus.
Em 1933 casou-se com Renée Pardo Albagli com quem teve quatro filhos: Sarah, casada com Manoel Carlos Amorim de Almeida; José; Rodolfo e Júlia (Juju), casada com Itamar Oliveira.
Com o falecimento de Renée em julho de 1942 casou-se pela segunda vez, em outubro de 1943, com Rosa Chicourel Albagli, com quem teve mais três filhos: Alberto; Renée, casada com Claudio Nogueira e Franklin.
Em 1961 construiu o edifício Rosa, na Rua D. Pedro II, onde em 1964 passou a funcionar a “Casa Brasil Presentes”.
Muito educado e cortez, mantinha bom relacionamento com todas as classes sociais.
Tinha  o  judaísmo como  religião, mas se relacionava  muito  bem com as  lideranças da igreja católica, inclusive colaborando com a construção de igrejas em Ilhéus.
Faleceu em 27 de abril de 1975 e está enterrado no Cemitério de Nossa Senhora da Vitória.
Após seu falecimento, sua esposa realizou um sonho seu, o de construir uma escola para crianças carentes da cidade, e, em 1986 inaugura a “Escolinha Vovô Isaac”, na Rua do Cano, no Malhado, doando-a a Prefeitura de Ilhéus na comemoração dos cinqüenta anos da Casa Brasil.