Engenho de Santana fará primeiro ensaio nesta quinta
O pesquisador descreveu as características e disposição geográfica do Engenho de Santana, diferentes do padrão apresentado pelos livros didáticos. Os escravos moravam em casas, ao invés de senzalas, localizadas em terreno íngreme e dispostas em três ruas. A casa do administrador não tinha visão para as residências, sugerindo que os cativos tinham mais liberdade que dos demais engenhos brasileiros.
De acordo com o professor Elvis Barbosa, a história de Ilhéus pode ser contada antes e depois da cacauicultura. “Muito de antes do cacau é desconhecido ou foi apagado”, relatou. Ele disse que a lavoura cacaueira dificulta o encontro de vestígios do Engenho de Santana, que chegou a ser um dos principais produtores de açúcar da Bahia, no período colonial. “Quem conhece uma roça de cacau sabe que o solo é coberto por muito sedimento. A arqueologia trabalha com escavações. É difícil convencer os produtores a tirar alguns cacaueiros para procurarmos materiais”, explicou.
1789 – Engenho de Santana – Uma Revolução Histórica foi um das contempladas pelo edital setorial de teatro do Fundo de Cultura da Bahia. A peça contará a história da primeira greve do Brasil feita pelos escravos, que tomaram o engenho por três anos e escreveram uma carta de reivindicações. A previsão é que a estreia aconteça em março de 2013. O diário da produção está disponível no blog engenhodesantana.blogspot.com.