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:: 14/jul/2013 . 19:42

CEPLAC – ENTRE A VIDA E A MORTE

E eles onde estão?

ceplac rezende

Num dia chuvoso e melancólico de 11 de julho, próximo passado, me deparava de volta aos portões tão marcantes para mim, pois em 1984 a Ceplac, conhecida pela eficiência e hierarquia, parava pela primeira vez surpreendendo muita gente, principalmente de dentro para fora. Era o movimento sindical instalado, com as bênçãos do Partido dos Trabalhadores.

Só para relembrar, por volta das três da madrugada um grupo de servidores do movimento saem de Ilhéus e Itabuna e se encontra no local previamente combinado. Ao chegar aos portões de entrada da sede da Ceplac, combinam a invasão e o fechamento do órgão.
As primeiras providências tomadas foram às afixações das faixas e fechar as passagens, é como se diz ninguém entra e ninguém sai.
Esta greve durou alguns dias, e de concreto nada que surpreendesse ninguém. Mas, começava ali o primeiro passo, para que um determinado grupo tivesse destaque, e num futuro não muito distante também chegasse ao poder.
Antes mesmo desta primeira greve, os servidores se reuniram no ginásio de esportes da Ceplac para a realização da primeira assembleia. Foram mais de mil ceplaqueanos presentes. Parecia que realmente a democracia era uma coisa real, e os ceplaqueanos fundam o Conselho das Entidades Representativas dos Funcionários da Ceplac, formada pela Associação dos Funcionários da Ceplac (AFC), Sociedade dos Engenheiros Agrônomos do Cacau (SEAC) e Sociedade dos Técnicos Agrícolas do Cacau (STAC).

Quem não se lembra do discurso do Coordenador Regional, o Dr. Ubaldino Dantas, que deixou apreensivos os ocupantes de cargos de confiança! E só mais tarde tomamos conhecimento da pressão sofrida por ele, pelo Secretário Geral, o Dr. Josuelito Brito, que não queria a realização da assembleia no ginásio, e além do mais no horário do expediente. Como Dr. Ubaldino não cedera isto lhe custou à exoneração do cargo de coordenador e do quadro técnico da Ceplac, tudo pelo telefone da Secretaria Geral em Brasília. Mesmo assim, ele foi à assembleia, dá o seu apoio, num discurso muito emocionado.

O tempo passa, e aquela coragem, do Dr. Ubaldino Dantas, é lembrada talvez pela minoria dos servidores.

Hoje com 18 anos de aposentado e quase 30 anos depois, me deparo de novo naqueles portões, só que desta vez de forma ordeira, e com decisões claras e por tudo que vem ocorrendo neste país, e a CEPLAC não poderia ficar de fora, pois é parte também deste contexto.

Estávamos ali para refletir o desmonte da CEPLAC começado mesmo que de forma lenta, pelo então Ministro da Agricultura e presidente da Ceplac, o senhor Delfim Neto.

Num segundo momento, tira-se a sua autonomia financeira, e o mais grave de tudo, com as bênçãos da maioria dos cacauicultores, os verdadeiros donos desta instituição, pois a eles cabiam devolver a Ceplac a retenção de 10% de todo cacau exportado, para que esta revertesse em benefícios a todos eles, e por tabela a toda região cacaueira. Isto ocorreu por décadas, que dispensam comentários, pois são do conhecimento de todos.

Esta maioria abandonou a sua filha tão rica a própria sorte e abriram mãos de todos os investimentos que fizeram, sem ao menos pedirem nada em troca, a não ser o refrão de sempre, que conheço desde os anos 60, ou seja, recomposições ou renegociações de dívidas. E até hoje, a região que era rica foi-se empobrecendo, e para selar de vez sua morte, surge à doença Vassoura de Bruxa, em 1989, de forma até hoje, não desvendada oficialmente, como quase tudo que ocorre neste país.

De lá para cá, entre acusações de ambos os lados, esta pobre região rica, ainda vive sem “pai e sem mãe”, pois os pais adotivos que apareceram não tiveram a confiança devida, por não fazerem por merecer, ou terem que seguir a risca as suas nomeações. É por isso, que a Ceplac está aí desamparada e entregue a mercê de oportunistas, a cada mudança no Ministério da Agricultura.

E para nós a intenção é clara, matá-la por inanição. Já entregaram as Escolas Agrícolas (EMARC), a pesquisa não mais está diretamente ligada à extensão. O atual Diretor Geral, já faz reuniões específicas em cada departamento, como se uma não dependesse da outra, e causando mal estar entre os servidores. Fica algo suspeito no ar. E seus servidores já envelhecidos, não são aos poucos substituídos por uma nova juventude, para que entre trocas de experiências prosseguissem com suas pesquisas, para levá-las ao campo pelos extensionistas. Pois, se houvesse mesmo interesse do governo de preservá-la, já teria realizado concurso público para tal. Ora, se isto não acontece, irá chegar um ponto que para-se tudo literalmente, “fecha-se a cancela e tira-se a chave”.

Voltando ainda no tempo, quem não se lembra da vinda do então candidato a presidência da república o senhor LULA, nesta região para que naqueles mesmos portões, prometesse a institucionalização da Ceplac. Seria, segundo ele, o primeiro ato de seu governo por esta região, e mais uma vez sob os auspícios de alguns dos nossos colegas, que hoje nos abandonaram, a própria sorte, para decepção de quase todos nós.

Passaram-se oito anos do governo de Lula, e só enganação e sempre apadrinhado por aqueles que colocamos no poder, na esperança de ver esta Ceplac e região mais fortalecida, e deu no que deu.

Entra a Presidente Dilma, e mais promessas…

Seria culpa dos servidores? Em parte lógico que não, pois uma minoria luta, e faz ver que alguma coisa tem que ser feita e estes estavam lá, no dia 11 de julho. É claro, que existem exceções por doenças ou motivos de forças bem maiores.
E os que estavam lá, falaram que não lhes dão mais suporte e material para tanto, ou seja, verbas específicas bem dirigidas para projetos de pesquisas e extensão.

Como não aplaudir os discursos sérios, bem embasados e de amor a esta instituição, principalmente os de Dr. Raúl do Vale, Antonio Menezes e José Bezerra.

Neste dia 11, histórico pelo menos para mim, pude perceber o descaso dos diretores da Associação dos Aposentados da Ceplac – AACEP, que foi a única das entidades não se fazer presente, e nem tão pouco enviou um representante. Esqueceram estes diretores, que somos e sempre seremos parte integrante desta valorosa Ceplac.

Finalizando, quero dizer aos colegas, que não se fizeram presentes, talvez por acharem que não tem mais jeito, lembrem-se nesta Instituição, que sempre honrou seus compromissos, nunca se quer atrasando um único mês de salário, como também foi o Governo Federal nesta região, executando aquilo que seria da orçada da união. Foi à idealizadora de uma infinidade ações, como a construção da UESC, Porto Internacional do Cacau, e por aí vai. E se hoje não está com o mesmo afinco, a culpa não só engloba parte de seus servidores como também a região cacaueira, que deixou de ser beneficiada, ficando com uma cuia nas mãos a mendigar, até quando só Deus sabe. Lembrem-se de nossos filhos, netos, etc., pois o futuro deles dependem muito do que vamos deixá-los. Senão, deixaremos um país amarrotado de vícios, sem educação e que não saberão definir ou transferir, o que seja amor próprio, onde atualmente somos jogados todos numa lata de lixo.

Colegas, pensem, reflitam a hora é esta, ou então apaguem as luzes e vivamos na escuridão esperando algum milagre acontecer.

José Rezende Mendonça
Técnico Agrícola – aposentado/Ceplac.

Agrissênior Notícias – N° 436 – 20 de julho de 2013

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Versículo do dia

Enviado por Helomar Duarte (PAPY).

Enviado por Helomar Duarte (PAPY).





















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