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O que podemos aprender com Israel

Há algo que me intriga há algum tempo: o que leva um país com apenas 7,9 milhões de habitantes (o Paraná tem 10,4 milhões), um território minúsculo (menor que o estado de Sergipe), terras ruins, sem recursos naturais, com apenas 64 anos de existência, e em constantes conflitos militares… a ser um dos maiores centros de inovação do mundo; ter 63 empresas de tecnologia listadas na bolsa Nasdaq (mais que Europa, Japão, China e Índia somados), ter registrado 7.652 patentes no exterior entre 2002 e 2005, e ter ganho 31% dos prêmios Nobel de Medicina e 27% dos Nobel de Física?

Em resumo: o que explica o extraordinário desenvolvimento econômico e tecnológico de Israel? Pela lista de carências e problemas citados no parágrafo anterior, Israel tinha tudo para ser apenas mais um país atrasado e miserável. Mas, além de não ser, o país transformou-se em um caso único de inovação, tecnologia e desenvolvimento. Muitas das maravilhas que usamos hoje vêm de lá. O pen-drive, a memória flash de computador e muitos medicamentos que salvam vidas estão na lista de patentes de Israel.

Qualquer explicação rápida é leviana. Muitos dirão que é o dinheiro dos norte-americanos e dos judeus espalhados pelo mundo que faz o sucesso de Israel. Não é. Primeiro, porque nenhuma montanha de dinheiro transforma uma nação de atrasados e ignorantes em gênios da inovação e ganhadores de prêmios Nobel. Segundo, grande parte do dinheiro recebido por Israel foi gasta em defesa e conflitos militares. Terceiro, o apadrinhamento militar de Israel nos primeiros anos de sua fundação não foi dado pelos Estados Unidos, mas pela França, cujo apoio cessou somente em 1967, após a Guerra dos Seis Dias.

Nos artigos e livros que pesquisei, não há explicação simplista para o sucesso de Israel. Pelo espaço limitado deste artigo, destaco apenas quatro pontos:

Em primeiro lugar, a história e a cultura. A religião judaica dá ênfase à leitura e à aprendizagem, mais que aos ritos. A perseguição aos judeus e a proibição, durante a Idade Média, de possuírem terras os levou a estudar e se tornarem médicos, banqueiros ou outras profissões que pudessem ser exercidas em qualquer lugar.

Depois vem o apreço pela tecnologia e pela inovação. Israel gasta 4,5% de seu produto bruto em pesquisa e desenvolvimento, contra 2,61% dos Estados Unidos e 1,2% do Brasil. Na ausência de recursos naturais e premido pela necessidade, Israel entrou de cabeça numa cultura de pesquisar, descobrir e inovar.

Em terceiro lugar, a estrutura educacional. A crença de que a única saída para o desenvolvimento – mais que os recursos naturais – é a educação de qualidade está na raiz da cultura de Israel. Do ensino básico até a universidade, Israel desfruta de uma educação de nível e acessível a todos. Se você pensa encontrar um judeu analfabeto, desista. É uma questão cultural: para eles, povo e governo, a educação é o bem maior.

E, por fim, o respeito pelo empreendedor e pelo fracasso. Em Israel, valoriza-se muito aquele que se dispõe a inventar, inovar ou empreender. Quem tenta e fracassa é respeitado e apoiado, pois eles acreditam que a falência é um aprendizado e a chance de acertar da próxima vez aumenta. Isso leva a uma ausência de medo do fracasso e é um elemento-chave da cultura da inovação. No Brasil, o desgraçado que falir uma microempresa nunca mais consegue uma certidão negativa e jamais volta a ser empreendedor.

Não se consegue transpor a cultura de um país para outro, mas há muito que aprender com Israel.

José Pio Martins, economista, é reitor da Universidade Positivo.

1 resposta para “O que podemos aprender com Israel”

  • guilherme says:

    Magnífico Reitor José Pio Martins

    Magnífica a sua análise das origens do sucesso material de Israel. A Torá, o livro sagrado dos judeus há mais de tres mil anos, de leitura obrigatória para todos os homens a partir dos treze anos de idade,contém 613 mandamentos que pode nos explicar um pouco a atual realidade do Povo de Israel.

    Analizando os primeiros versículos deste texto sacralizado, veremos uma quase totalidade de verbos denotando crscimento, multiplicação, trabalho, ação. Os primeiros mandamentos passam muito longe do ritual, da liturgia, da adoração ao Criador do Mundo. São mandamentos éticos que, antes de nos mandarem louvar o Senhor, nos mandam tratar bem os animais, respeitar o sono de quem dorme e por aí vai. O último mandamento, sugestivamente, nos obriga a respeitar o direito de herança dos nossos familiares. Quanta Sabedoria que evita conflitos e suas consequências.

    O preconceito, infelizmente ainda presente entre as etnias humanas, que se agregam para se preservarem e fortalecerem, nos explica a passada relação dolorosa entre os Judeus e o Mundo Cristão. Até os meus nove anos, toda Sexta-feira Santa, se ouvia em todas as igejas do mundo uma oração evidentemente anti-semita que, Louvado Seja Deus, foi abolida pelo Santo Angelo Roncalli, o Papa João XXIII, que pediu desculpas ao povo Judeu pelas injustiças sofridas por vinte séculos. Na minha opinião, aí está a origem de todo este sucesso nas ciências e tecnologia de Israel apresentado por V.Sa.

    Entre os Judeus, o ócio é o maior dos pecados.

    Shalom UVrahá (Paz e Bençãos)

    Guilherme Albagli de Almeida
    guillemxxi@yahoo.com

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