Depois da tormenta dos oito anos, lembrança que os ilheenses não gostam de curtir, veio à tona uma nova eleição e um nosso velho conhecido volta a assumir o poder no palácio.

Até aí nada contra, pois foi eleito através da vontade popular e no voto direto.

O primeiro ano de mandato foi um tapa e nada aconteceu.

Começa o segundo ano de mandato, ainda meio frio e querendo tomar as rédeas da situação, e aí vem o mês maio, mês das noivas, e as volumosas notícias palacianas vieram alcançar toda a população.

Todos os dias desse mês que está chegando ao fim, o nosso alcaide alardeia para os quatro cantos do mundo os projetos que a nossa sofrida cidade irá receber.

São tantos e de diversas magnitudes, que mesmo estando com as barbas de molho, quero sim que aconteçam, pois a cidade está precisando urgentemente sair do atoleiro e correr atrás do prejuízo.

Acredito que algo tem que acontecer, senão qual a razão dos empresários investirem tanto em Ilhéus? A Zona Sul é um exemplo vivo dessa nova corrida ao paraíso.

Mas o que me preocupa é a imensa relação de obras e projetos. Todos sabem que o nosso alcaide tem o poder, o dom de envolver com palavras o ego das pessoas, com o microfone na mão é um craque indiscutível.

Até quando isso é bom ou ruim? Criar expectativas é um bom negócio? E se o tiro sair pela culatra?

Infelizmente o povo é levado pelas notícias e falatórios e sequer analisa esta robusta agenda do palácio.

Também temos que considerar e a própria corte palaciana sabe que o alcaide não está com toda esta audiência, principalmente no que diz respeito a qualquer pesquisa que venha levantar dados sobre a sua popularidade e o seu desempenho à frente dos destinos da cidade.

Não sei se a próxima campanha eleitoral vai trazer benefícios para a cidade, claro que os candidatos farão promessas mirabolantes, tomemos como referência os oito anos do atual governador, que só agora ao apagar das luzes, envia as máquinas que irão definir a construção da nova ponte.

Meu querido alcaide: vamos fazer cada coisa no seu tempo, ninguém tem o poder de abraçar o mundo de uma vez, seu otimismo pode ser um perigo para o seu futuro político, não se deve criar expectativas nem para nossos filhos, quanto mais para um povo que está com a pulga atrás da orelha.

A sua agenda tem coisa demais, a prefeitura tem dinheiro de menos e os governos estadual e federal têm suas prioridades.

Lembre-se da sua ausência na festa do Colo-Colo, foi sentida por todos e todas. Coisa feia não ir para a grande festa do nosso campeão.

No mais é parabenizar os leigos e leigas que estão criando e exercendo a cidadania em todas as partes da cidade com projetos reais.

ZÉCARLOS JUNIOR