Veja como são as coisas da política.

No fim desta tarde de sábado, resolvi tomar uma gelada pra aliviar os encargos do dia.

Cheguei ao bar do João, minha afilhada Lucy serviu um caldinho de feijoada, errou na dose e colocou mais um, algumas geladas e a coisa tomou novo rumo, novo astral.

Eis que apareceu no pedaço um antigo colaborador do personagem principal desta nota e a conversa de botequim rolou solta.

Durante o bate papo, me veio na cabeça uma reunião que aconteceu aqui na igreja da Sapetinga – Sagrada Família, quando um alcaide da época estava se despedindo de seu último mandato.

Como o dito cujo morou na Sapetinga e aqui tinha sua família paterno-materna, sei lá porque resolveu fazer uma reunião na igreja para se despedir de seu desastrado mandato.

Para a dita reunião trouxe todo o secretariado, principalmente a sua tropa de choque, aqueles a quem ele mais amava e continua amando alguns até hoje.

Nenhum componente da comitiva se atreveu a emitir uma só palavra, a reunião começou com a palavra do alcaide e terminou com a palavra do alcaide.

E assim o alcaide fez uma prestação de contas do mandato, lamentou não ter podido fazer alguma coisa pela Sapetinga e com todas as letras possíveis do alfabeto disse o seguinte perante o Santíssimo:

Estou terminando a minha contribuição como prefeito da cidade de Ilhéus, vou para casa, abrir as gavetas do armário, pegar meus livros, fazer uma reciclagem e voltar a dar aulas na universidade, minha parte política está encerrada.

Depois disso e após a escandalosa derrota de seu candidato, por sinal um respeitável homem que teve uma participação importante na criação da universidade (UESC), o ex-alcaide se recolheu ao ostracismo, se voltou a estudar para dar aulas não sei, sei apenas que nunca apareceu na dita universidade, mas se aposentou por lá.

Sumiu! Politicamente enterrado. Ninguém sabia onde o mesmo se encontrava. Passam-se os anos e eis que de repente, mais do que de repente, ressurge dos escombros aquele político que se despediu na igreja da Sapetinga.

Agora fazendo parte de um partido político, coisa que sempre gostou, começou uma nova carreira.

Carreira vai, carreira vem, aparece uma oportunidade de ouro.

Com a sua melancólica saída da prefeitura, com uma rejeição de mais de 100%, deixando para trás um monte de problemas e um desleixo que proporcionou o começo dos oito piores anos da história política de Ilhéus.

E surge das cinzas o salvador da pátria. O homem que fez e aconteceu na cidade. Tudo foi sua realização. Os oito anos acabaram com tudo e o salvador da pátria aparece com galhardia, com uma votação suficiente para assumir mais uma vez os destinos da cidade.

E aí está o nosso ressuscitado e agora se auto proclamou soberano rei.

Sou rei! Sou rei! Sou rei!

Esta história é verídica, qualquer semelhança com o quadro atual é a pura verdade.

Portanto, estamos entregue ao soberano rei e aguardando uma nova despedida, que com certeza não será na igreja da Sapetinga, pois toda sua família aqui não mora mais.

São coisas e histórias da política.

Ganha um bolinho de estudante quem descobrir o nome do personagem desta nota.

Por falar em bolinho de estudante, alguém ainda sabe o seu verdadeiro nome?

ZÉCARLOS JUNIOR