Implementação de políticas de desenvolvimento da atividade cacaueira na Bahia, para fomentar, tanto o aumento da produção de commodities, quanto a melhoria da produtividade do cacau fino, de especialidade, destinado à fabricação de chocolate. Esse foi o ponto de partida das discussões que envolveram as secretarias da Agricultura/ Agência de Defesa Agropecuária do Estado (Seagri/Adab), de Desenvolvimento Econômico (SDE), do Meio Ambiente (SEMA), de Desenvolvimento Rural (SDR) e a Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac), nesta quarta-feira (17).  Educação fitossanitária, fiscalização e desenvolvimento de pesquisas para produção de mudas resistentes, foram alguns dos eixos estratégicos traçados.
02172016   -  CACAU SEAGRI CEPLAC SDR SEMA_ FOTO - HECKEL JUNIOR (71) 992896829

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Em relação às ações fitossanitárias, a coordenadora do Programa de Prevenção à Monilíase do Cacaueiro da Adab, Catarina Cotrim, ressalta que “as medidas de prevenção acontecem de forma atrelada com a assistência técnica (ATER), promovendo capacitação dos atores de ATER, que também servirão de observadores no monitoramento das áreas de produção de cacau”. Ela ressalta que a revisão da legislação que regula a política de importação, através da articulação entre as secretarias e o Ministério da Agricultura (MAPA), além da estruturação das barreiras fitossanitárias do Estado, são imprescindíveis para impedir a entrada de pragas nas lavouras baianas, a exemplo da Monilíase, ameaça com grande potencial de devastação, já que a Bahia é Zona Livre desta doença. 
 
O secretário da Agricultura, Vitor Bonfim, explica que outras pragas que não estão relacionadas diretamente com o cacau, com risco de entrada no Estado, também estão sendo monitoradas pela Adab na região. “A Sigatoca Negra, por exemplo, que ataca principalmente a cultura da banana, também é uma grande preocupação na região, já que trata-se de uma alternativa forte de produção, de forma consociada com o cacau”, explicou Bonfim. Para ele, entre ações de desenvolvimento da cacauicultura, “a curto prazo, o fortalecimento das barreiras fitossanitárias, para blindar, notadamente os principais polos produtores de cacau, paralelamente às medidas de longo e médio prazos, a exemplo do ajuste da política de importação pelo MAPA, sanaria alguns dos entraves do setor, inclusive a forma como está sendo aplicado atualmente o Drawback (política de importação de insumos para reexportação com isenção de impostos). Os cacauicultores baianos vivem momento de retomada da produção, então precisamos nos cercar de todas as medidas possíveis de prevenção”. 
 
O objetivo é sistematizar um planejamento, com cada instituição envolvida dando sua contribuição, e partir para a prática. O chefe da Divisão do Centro de Pesquisas do Cacau – CEPEC/SUEBA, Adonias de Castro Filho, explicou que serão priorizados três modelos de produção, que são os cultivos agroflorestais, promovendo a diversificação da produção, com o cacau consociado com outras culturas, a exemplo da banana e do eucalipto; modernização do cabruca, sistema agroflorestal que se caracteriza pelo plantio dessa fruta sob a sombra das árvores da Mata Atlântica, após ter sido “cabrocada”, ou seja, a mata ter sido aberta para plantação dos cacaueiros, preservando as árvores que fazem o sombreamento, e mecanização no manejo intensivo do cacau.
 
O superintendente da Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), Jeandro Ribeiro, chamou a atenção para o potencial da cadeia produtiva do cacau, que vem se especializando a cada dia na produção de chocolates finos, com destaque para os territórios do Médio Rio de Contas, Litoral Sul e Baixo Sul, podendo-se fomentar o turismo rural na região. “Além de valorizar o produto, temos na região cacaueira atrativas belezas naturais”, disse. A importância da assistência técnica para o aumento da produção e produtividade da cultura também foi um dos assuntos principais ressaltados pelo coordenador.