Ponha-se no lugar do boi. Estaria tudo bem pra você? Seria divertido?
A hedionda Farra do Boi, no litoral de Santa Catarina, é considerada ato criminoso por lei federal há muitos anos. Ouvi dizer que ainda é praticada clandestinamente. Certa vez, vi imagens cuja “diversão” era amputar pata por pata, à altura do joelho do animal vivo e em pé. Tradição cultural o cacete! Isso é crueldade em seu pior grau, que só a nossa espécie consegue praticar.
As torturas da vaquejada são, digamos, mais “suaves”, mas não deixam de ser tortura. Não nego, já assisti a umas poucas vaquejadas na minha adolescência, mas parei quando percebi que alguns animais tinham o rabo descomunalmente comprido, a ponto de tocar o chão; não precisa dizer o motivo. Voltando lá ao início, na primeira linha: ponha-se no lugar do boi, você gostaria de ser obrigado a sair correndo feito doido, ter o cabelo (na falta de rabo) puxado e retorcido, até ir ao chão num tombo feio de doer? Tortura retada, não é? Essa semana, o Supremo Tribunal Federal decidiu tornar inconstitucional a prática da vaquejada – a princípio no Ceará – pelo sofrimento comprovadamente causado aos animais.
Sobrou o rodeio. Laçado pelo pescoço, derrubado e amarrado. Ou, se preferir, ter uma cinta apertadíssima no “pé da barriga” e sair pulando feito louco com um sujeito nas costas. Espero que dê pano pra manga e seja a próxima discussão judicial. Mas essa vai ser complicada… certamente terá muita pressão dos grandes financiadores desse tipo de mega espetáculo, que veio importado daquele país lá de cima cheio de “tradições culturais”.
Enfim, crueldade e tortura aos animais sob a carapaça da “cultura e tradição”, como se a Humanidade ainda tivesse um pé fincado na Roma Antiga, não tem o menor cabimento. Costumes podem ser mudados. Antes, ninguém usava cinto de segurança, hoje todo mundo usa. “Ah, mas a vaquejada é também uma atividade econômica”. Dane-se, encontre outra, afinal, tu és a única espécie viva dotada de raciocínio para tal, embora muitas vezes não pareça. Pense na questão dos circos sem animais (animais de circo também sofrem o diabo). O Cirque du Soleil não tem animais e é, simplesmente, o circo mais rico, famoso e aplaudido do mundo.
Antes que eu esqueça: não sou vegetariano (nada contra), também não sou um ecoxiita. É só uma questão de ponto de vista, lucidez e bom senso.
Nilson Pessoa
Pois vc também maltrata animais, \nilson ALiás, vc mata animais todos os dias. Talvez vcnão mate e sim pague para matar , o que é a mesma coisa O que adianta vc ficar ai defendendo os animais e comê-los todos os dias. Considere a possibilidade de excluir a dor e o sofrimento de sua alimentação. É o que falta para vc se tornar coerente. Ou então,não critique quem maltrata animais. Pois vc faz o mesmo. Os animais são sencientes é isso basta para que não sejam tratados ou usados como coisas.
Ana,
Sou onívoro e me imagino integrante de um conjunto de elementos que formam o meio ambiente. Sim, fazem parte da minha dieta alimentar tanto os vegetais quanto a proteína de algumas espécies animais. Absorvo a condição do sacrifício que me tornará alimento, rejeito a prática da tortura que me oferecem como divertimento. Como já disse, uma questão de ponto de vista, cada um tem o seu. E eu respeito o seu.
Boa resposta do Nilson.