Luiz Ferreira da Silva, 81

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Neste 1o de maio/2018, dia do trabalhador, vale a pena se confrontar a produtividade do trabalhador brasileiro em comparação com a dos países desenvolvidos que é, em média, 3 a 4 vezes mais baixa. Isto é: um patrão no Brasil precisa contratar 4 servidores para fazer as tarefas de 1 americano, aumentando os custos da sua produção.

O Brasil fica atrás do Japão e países da Europa Ocidental, como Alemanha, Reino Unido, Itália ou França. E dos trabalhadores do México, que têm 36% da produtividade de um americano, segundo dados da consultoria internacional Conference Board.

São vários fatores desta defasagem, dentre os quais, o treinamento, a tecnologia, a infraestrutura de transporte, o incentivo, o analfabetismo/ensino fundamental, a saúde, a gerência e o comprometimento institucional.

Mas, ultimamente surgiu um novo antagonismo à produção e à produtividade, que tem custado muito caro a toda a sociedade da Nação brasileira, inexistente nos países que investem na sua capacidade de produzir com eficiência. Refiro-me ao feriadão.

O Brasil é o país dos feriados. Antigamente se falava em ponto facultativo que saiu de moda. Agora, o chamado “enforcar”. O que é isso? Todo feriado que cai na terça ou na quinta promove o enforcamento da segunda e da sexta, respectivamente. É o famoso feriadão. E a coisa pegou de tal forma que passou a constar, mesmo informalmente, no calendário nacional.

Ele provoca perdas irreparáveis ao país, não só no aspecto já referido – baixo nível operacional, como no custo provocado pelo “alvoroço” nos engarrafamentos e aumento de desastres rodoviários.

Como não somos de medir o valor do nosso suado dinheiro, arrecadado ou até extorquido pelo governo e, tampouco, raciocinamos que sem trabalho proficiente, nenhuma nação poderá resgatar essa dívida através de bons serviços, vamos acreditando que o Brasil é o país do futuro.

E dessa forma, o brasileiro nem está aí e nem se toca, preferindo pensar em termos individuais e imediatistas, entrando na do usufruto irresponsável.

Por outro lado, os empresários se omitem e o governo faz de conta que é da cultura do país – sombra e água fresca.

E a galera aplaude: – esse negócio de se matar na labuta diária é para os amarelinhos de olho fechado. Ademais, ninguém é de ferro! (Maceió, Al, 01 de maio de 2018)