Anísio Cruz – junho de 2018

Estamos em época pré-eleitoral, e já começam a aparecer os cabos eleitorais, pintando de cores alguns candidatos extra-ilheenses, para convencer o nosso eleitorado. Eles sempre aparecem nessas épocas, e são muitos fazendo o trabalho de convencimento. Aproveitam-se da fragilidade dos nossos políticos, e da comunidade omissa, para encontrarem as brechas de que necessitam, angariando votos. Alguns são mais exaltados, e ficam agressivos, quando contestados, pois isso, presumidamente, lhes tira a chance de ficarem “bem na foto”, com os simpáticos candidatos cometas.

Com o decorrer das campanhas, sujarão os nossos muros, e porão outdoors com frases de efeito, geralmente junto a candidatos a governadores, senadores e presidentes. Mas o destino deles, todos sabemos qual é, após o pleito: desaparecem de circulação, quando derrotados, e as fotos rasgadas, e deixadas pelas ruas, enfeando mais ainda, o já deplorável aspecto da cidade. Além de nos terem feito conviver com as suas caras sem vergonhas, durante todo o período de campanha, evidentemente, angariam algum dinheirinho que os fazem trocar de carros. E as promessas feitas? Como fazem promessas de resolverem questões pendentes, mostraram-se solícitos com os eleitores, fizeram selfies, deram abraços calorosos, e muitos beijos jogados ao ar, vão esnobar os eleitores, e amigos de ocasião, de quem se serviram para adentrar alguns redutos nos bairros, e distritos, e nem aquelas telhas, ou dentaduras se lembrarão depois da eleição…

Quando discordamos dos “alienígenas”, em detrimento de alguns candidatos da terra, taxam-nos de “candidatos minhoca”, que nada farão, pois nem falar sabem. E ficamos nós, sem nenhuma representação na ALBA, ou na Câmara Federal, mesmo que seja para gaguejarem o nome da nossa cidade. Eles sorriem satisfeitos ao verem-nos derrotados, com as baixíssimas votações obtidas, envergonhados, e endividados nas suas campanhas, onde investiram o seu dinheirinho suado.

Triste terra de S. Jorge dos Ilhéus, que no passado glorioso elegia os seus representantes, e possuía representatividade ativa, fazendo-a respeitada… Sim, tivemos deputados estaduais e federais, eleitos com farta votação local, que lhes asseguravam cadeiras em várias comissões importantes, para que conquistassem boas indicações de verbas para a solução dos nossos problemas mediáticos. Agora, sem bons representantes com acesso aos gabinetes governamentais, ficamos alienados a mendigar indicações pífias, quase sempre obtidas pela intermediação de correligionários “amigos”, para suprirem as necessidades que se tornam prementes, a cada ano, levando em troca sabe-se lá o que, pois nada chega de graça, nesse terreno movediço, que é a política brasileira.