Anísio Cruz – julho 2018

A atitude de revolta orquestrada pelo PT, diante da interferência do Juiz Sérgio Moro, contra a tentativa de soltura do ex-presidente Lula, chega a ser patética. A postura dos seus líderes, diante das câmeras convenientemente convocadas para exaltados pronunciamentos, soam, para a minha pessoa, como manifestação de desespero diante de um fato consumado, após o fracasso de todas as tentativas jurídicas dos seus advogados. Evidente que, sem a participação dele, Lula, no pleito que se aproxima, será muito difícil a formação de uma bancada importante no Congresso Nacional. Carismático, como inegavelmente é num palanque, com um microfone às mãos, ele conseguiria aglutinar admiradores indecisos, por todo o país, a votar nos seus correligionários vermelhos, ou avermelhados, mesmo que não conseguisse registro para a sua candidatura à presidência, como é o sonho deles. O plano traçado não deu certo, e agora, atônitos, a única alternativa que lhes resta é se aproveitarem do factoide por eles criados, para atraírem os holofotes da mídia, fazendo-se de vítimas de um complô, como sempre fazem ao se sentirem frustrados, nos seus ambiciosos planos de dominação política.

Claro que essa história ainda renderá muitos “disse me disse”, no transcorrer dos próximos meses, convenientes às suas pretensões eleitoreiras. Contando com enorme contingente de militantes, no meio sindical, estudantil, como também na imprensa comprometida, para repercutirem os seus mantras, insistentemente repetidos na imprensa, e nas redes sociais, na tentativa de angariar simpatizantes. Não podemos ignorar que, historicamente, sob a liderança de Lula, eles alcançaram cerca de 30% de votos, suficientes para lhes assegurar uma eleição folgada. Sem ele encabeçando a chapa, o percentual cai pra cerca de 20%, ou seja, uma disputa renhida com o principal oponente.

Entendo que eles não se conformarão com a derrota que lhes foi imposta, quando tentaram a libertação do seu líder, usando o plantão do Desembargador Favreto, aproveitando-se do recesso do TRF-4, evidentemente em conluio com os 3 deputados que patrocinaram o HC que ladinamente imaginaram, para consecução dos seus objetivos, certamente com o dedo do José Dirceu, sabidamente a “eminência parda” de todas essas mazelas. Não nos esqueçamos dele, jamais.

Aguardemos , pois, o desenrolar dos fatos, e as próximas movimentações no tabuleiro político, até que se consumem as eleições, e haja um vencedor legítimo, seja quem for.

As peças do tabuleiro continuarão se movimentando, até outubro, ou… quem sabe?