Gustavo Kruschewsky

A politicagem em toda a história é avassaladora no Brasil e o principal ingrediente que constitui vício criminal, além de tantos outros, tem sido ao longo dos tempos a corrupção, que é a dobradinha de corruptos e/ou corruptores. Não bastando o desrespeito constante à nossa Carta Magna, por alguns “guardiões de toga”, agora exsurge a maioria dos componentes do “Supremo Tribunal” Federal, como era de se esperar, criar nova jurisprudência definindo que prisão – com exceção da temporária e preventiva – só depois do trânsito em julgado da sentença condenatória.

Se não bastasse eles querem anular muitas sentenças proferidas por Sérgio Moro, ex Juiz da Lava Jato hoje Ministro da Justiça, alegando que deletados têm que se defender no processo depois da delação do delator. Uma arrumação vista por muitos juristas, que eu concordo, para se anular as condenações de quem cometeu corrupção e provocar um novo julgamento com o réu livre e solto. Faz-me lembrar do ex Ministro Joaquim Barbosa quando disse que muitas decisões judiciais são frutos de FIRULAS JURÍDICAS. Muito preocupante tudo isso! Estamos vendo falecer em muitos setores do judiciário e da “política” a SEGURANÇA JURÍDICA. Complôs estão sendo estabelecidos em vários setores dos “poderes” da República em que prevalece o interesse pessoal e de grupos e não em prol de todos.

Nessa toada o jurista Modesto Carvalhosa reagiu e desabafou dando a seguinte declaração, segundo as redes sociais: “A Constituição Federal acaba de ser revogada pelo STF – Supremo Tribunal Federal – O Brasil passou a ser a ditadura dos corruptos, das organizações criminosas e de delinquentes de todo o gênero. Está evidente que o objetivo é de anular as condenações dos corruptos”.

 

Aproveitando o ensejo, já que se aproximam as eleições municipais, é preciso também repugnar veementemente, não se dar ouvidos mais, às promessas de campanha que não se cumprem, uma verdadeira desmoralização – principalmente no Nordeste do país – que ainda continuam amargando certa mediocridade, ou seja: ficando, em determinados setores, apenas em sede de marolinha, alvoroço e agitação de discurso político populista e nojento já conhecido de todos. Deve haver apenação doravante para candidato que promete e não cumpre.

O povo brasileiro sempre amargou uma espécie de socialismo disfarçado, encoberto, só que não acabou com grandes instituições importantes do país, porque precisaram de

muitas dessas instituições para o exercício da corrupção desenfreada, consoante comprova a excelente intervenção da Lava Jato, e por isso mesmo fica claro que não conseguiram acabar com a nossa democracia. As instituições democráticas no Brasil são sólidas e indissolúveis, é preciso dissolver sim muitos corruptos que ainda estão em muitas instituições para não se perpetuarem em cargos públicos, a exemplos dos poderes legislativos, executivos e judiciários.

Jack London dissera com muita propriedade: “O capitalista deve aprender, de uma vez por todas, que o Socialismo não é baseado na igualdade, mas na desigualdade dos homens”. E prosseguiu: “É longe de mim negar que o Socialismo é uma ameaça. É seu propósito limpar, de uma vez por todas, todas as instituições capitalistas da sociedade atual. É distintivamente revolucionário, e sua profundidade e tamanho são muito maiores do que qualquer revolução que tenha acontecido na história do mundo”.

Felizmente, a partir deste novo governo que se inicia, aparecem o surgimento de traços de uma boa economia no país através de aumento paulatino de geração de emprego e a nova lei da liberdade econômica “deve diminuir a burocracia e facilitar a abertura e o funcionamento de empresas”, segundo o governo atual. Com isso o estado dá liberdade às pessoas produzirem principalmente sem aquela carga tributária enorme que desanima o empresário de prosseguir empreendendo. O pacto federativo será outro grande feito e tantas outras questões importantes que estão sendo implantadas a exemplo da já consagrada reforma previdenciária e as reformas que estão em andamento, a administrativa, a tributária e a reforma política. Mas, para se ter sucesso é preciso que o Congresso colabore e demonstre amadurecimento nas suas decisões e que sejam em benefício do Brasil.

No tocante a geração de emprego vale lembrar José Monir Nasser ao dizer que: “Se no Brasil tivéssemos 200 empresas do porte da EMBRAER o Brasil seria na realidade um país 100% capitalista”. Por efeito, nasceria uma geração de emprego de que tanto se necessita. Mas, infelizmente, o histórico socialismo implantado nos (des) governos passados, barrou o crescimento do capitalismo crescer forte no Brasil.

Agora exsurgiu um governo que pretende dotar o pais de um “sistema econômico e social baseado na propriedade privada dos meios de produção, na organização da produção visando o lucro e empregando trabalho assalariado, e no funcionamento no sistema de preços”. Porém, é importante dizer que o governo não tem o condão de dar emprego, quem faz isso são as empresas privadas, o governo apenas facilita legalmente – como se fosse um parceiro – o funcionamento das empresas privadas sérias no seu território.

O Dr. Fábio Conder Comparato afirmou: “Se há uma constante na história do Brasil é o regime oligárquico”. Ora, o que é Oligarquia? Oligarquia, tipicamente moderna, é o poder de forma absurda na mão dos ricos em conjunto ou em conluio com muitas facções de “políticos” gestores da coisa pública. Já a democracia se configura pela presença da soberania popular de forma efetiva, de geração de emprego, de renda e de diminuição de impostos, etc. Tudo isso tendo a participação efetiva dos mandantes – constituídos pelo povo – e os mandatários (as) que são pessoas do povo escolhidas democraticamente nas urnas pelos mandantes que deveriam ter o livre alvedrio de exercerem o escrutínio e não por força de obrigação, consoante acontece aqui no Brasil.

Para o Brasil dá um salto de qualidade na incrementação da “democracia”, é preciso, em primeiro plano, que a MASSA constituída de pessoas amorfas sem trabalho, saúde e educação e sem iniciativa, seja extinta e passe a ter poder, desenvolva-se e eleve-se, agregando-se à condição de povo, impondo a oportunidade de estudar e de ter trabalho decente, saúde, educação e segurança, para viver condignamente. Para isso, espera-se um bom governo na atualidade e tantos outros pela frente. Portanto, o povo soberano aprende, adquire e exerce o poder constituído de forma igualitária, tendo efetivamente igualdade de oportunidades e vontade própria. Portanto, o traço principal da soberania é a vontade pessoal e geral dos cidadãos. É saber reagir para o seu próprio bem, o bem da coletividade.

Dentro da visão Konderiana, que eu concordo, referindo-se naturalmente aos históricos governos escravocratas: “A nossa política é sempre de duas faces: uma face externa, civilizada, respeitadora dos direitos, e uma face interna, cruel, sem eira nem beira. Isto é uma consequência do regime escravista que marcou profundamente a nossa mentalidade coletiva. O senhor de engenho, o senhor de escravo, por exemplo, quando vinha à cidade estava sempre elegantemente trajado, era afável, sorridente e polido com todo mundo. Bastava, no entanto, voltar ao seu domicílio rural, para que ele logo revelasse a sua natureza grosseira e egoísta. Mantivemos essa duplicidade de caráter em toda a nossa vida política. É dentro desse quadro que se deve analisar o processo eleitoral. A verdade é que: (grifos meus) Nunca se dar o poder ao povo , dar-lhe uma aparência de poder”.

A grande quantidade de agremiações partidárias no Brasil é omissa em não estabelecer projetos sérios educativos e elucidativos para o brasileiro, mostrando a importância do exercício da soberania. E o que se vê até hoje é a maioria das pessoas com uma visão “política” intransitiva. Assim sendo, corre-se o risco de se dar azo de se voltar a ter uma Oligarquia disfarçada que se confunde com uma “democracia travestida de autoritarismo”.

Acredito que a situação mude. Vale lembrar o Wall Street Journal que alerta, aludindo ao escritor Moisés Naim, que escreveu o valioso livro intitulado O FIM DO PODER, que: “Numa época que se criticam os governos que excedem suas atribuições, os grandes bancos, os magnatas da mídia e a concentração de riqueza, devido ao poder acumulado por esses 1% no topo, os líderes de todos os tipos, políticos de corporações, militares, sindicais, enfrentam hoje problemas maiores e mais complexos, sem contar, porém, com a mesma força que dispunham no passado”. A partir de agora, os brasileiros também devem mudar os pensamentos e atitudes e lembrar das palavras de Bill Clinton: “O fim do poder irá mudar a forma como você lê as notícias, como você pensa sobre política e como olha para o mundo”. E com isso eu me quedo diante deste brocardo latino que se segue: “ORBIS NON SUFFICIT”, traduzindo: O mundo não é suficiente.

Portanto, toda pessoa, do povo e da massa, não só no Brasil, mas no Mundo todo, deve se politizar, tornar-se politicamente consciente, entendendo dos seus direitos e deveres políticos inclusive da inclusão da igualdade de oportunidades. “O capitalista deve aprender, de uma vez por todas, que o Socialismo não é baseado na igualdade, mas na desigualdade dos homens”. Por exemplo: Não se justifica mais no Brasil a perpetuação nos cargos públicos eletivos recebendo remunerações exorbitantes, acrescidas de outras verbas elevadas e tantas MORDOMIAS! ISSO PRECISA

ACABAR. É preciso a reação urgente nas ruas, dos eleitores brasileiros exigindo LEIS duras para que tudo isso seja modificado.

A Editora Kirkus Reviews, a quem se atribui a sua criação à Virgínia Kirkus, disse de forma inteligente que: “Naim (Moisés Naim, já citado acima), editor-chefe da Foreign Policy, sustenta que as instituições globais de poder estão perdendo sua capacidade de atrair respeito, quer se trate de instituições do governo, militares, religiosas ou de negócios, o autor acredita que seu poder está em processo de declínio”.

Portanto, é preciso lutar incansavelmente para entrar num caminho sem volta a fim de consolidar uma verdadeira DEMOCRACIA que tomará o lugar definitivamente desse AUTORITARISMO setorizado que historicamente ocupa um percentual, apesar de pequeno, arrogante e que atrapalha o desenvolvimento social, atribuído ao seu “poder acumulado”.