Atenas aparece hoje no noticiário no bojo da crise que derrubou o primeiro-ministro George Papandreou e suscita negociações para formar um governo capaz de aprovar o pacote de resgate de 130 bilhões, da União Europeia, destinado a evitar a bancarrota da economia grega.

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Agruras do endividamento e da política à parte, Atenas, a capital da Grécia, é o que se poderia chamar de um destino turístico clássico.

A Acrópole (ou “cidade alta”, do grego) é um marco histórico tão importante que, na cidade, os prédios no centro histórico são proibidos de ter mais que quatro andares. Nos outros locais, oito andares é o limite e, assim, em qualquer lugar, a vista chega longe.

Mas, voltando à Acrópole, ela é uma colina rochosa onde está preservado o Pártenon, templo construído em homenagem à deusa Atena, “padroeira” da cidade.

Grandiosa, essa construção vive em reformas, com quase 14,7 m de altura e base de 69,5 m por 30,9 m. Já teve 46 colunas externas e 23 internas e, curiosamente, sua base é levemente curvada em direção ao centro superior, assim como há colunas mais largas que fazem uma “correção óptica” do monumento.

Mauricio Kanno/Folhapress
Turistas observam o Partenon, na Acrópole de Atenas
Turistas observam o Partenon, na Acrópole de Atenas

O templo, incluindo decorações, foi terminado em 432 a.C., substituindo outro destruído durante a invasão dos persas -depois repelidos.
Essa foi a época do auge da democracia ateniense, quando a cidade era um centro cultural e se sobrepunha às outras cidades-Estado gregas.

O irônico é que, no século 5º d.C., após o avanço do Império Romano, o prédio foi convertido numa igreja cristã dedicada à Virgem Maria.
Como se não bastasse, o Império Otomano transformou o edifício em uma mesquita por volta de 1460 -o Pártenon ganhou até um minarete, a peculiar torre dos templos islâmicos.

Só é chato que os andaimes ao redor do monumento atrapalhem o viajante mais observador e dificultem uma impressão de viagem ao passado que o local sugere.

As obras de restauração na Acrópole, ainda que necessárias, estão em andamento desde 1983. E é pena que, ao restaurar seu aspecto original, tenham deixado a Acrópole “nova” demais.

MAURÍCIO KANNO
ENVIADO ESPECIAL AO MEDITERRÂNEO

Folha.com

http://www1.folha.uol.com.br/turismo/1004210-acropole-de-atenas-ja-foi-igreja-crista-e-mesquita.shtml