“Pensar o futuro” foi a frase de ordem durante a abertura dos trabalhos referentes à segunda fase da elaboração do Plano Municipal de Conservação e Recuperação da Mata Atlântica em Ilhéus. O evento foi aberto na manhã desta quinta-feira (9) no auditório da Justiça Federal, centro da cidade, onde representantes de diversas associações, sindicatos, Organizações Não-governamentais, assentamentos, institutos e demais instituições ligadas ao meio ambiente estão reunidas até esta sexta-feira (10) com o objetivo de definir as ações que integrarão o plano.
Na primeira etapa, realizada em dezembro do ano passado, os participantes tiveram acesso a atual situação da mata atlântica situada no município. Ilhéus foi escolhido como primeiro município da Bahia a iniciar a elaboração do plano, atendendo a uma exigência legal prevista na Lei da Mata Atlântica, de 2006. O projeto para a construção do plano foi proposto pelo Grupo Ambientalista da Bahia (Gambá), e no Brasil, poucos municípios já iniciaram essa atividade.
O representante do Gambá, Renato Cunha, elogiou a disposição da prefeitura e do Conselho Municipal e afirmou que “o plano servirá como instrumento de fomento para nortear as ações voltadas para a conservação e preservação do meio ambiente”. Na abertura das atividades, o secretário municipal de Meio Ambiente, Harildon Machado, explicou que “para o governo municipal é importante sistematizar as informações visando nortear as ações que serão desenvolvidas a médio e longo prazo”.

Já a representante da sociedade civil organizada e presidente do Grupo Ação Ilhéus, Socorro Mendonça, enfatizou a responsabilidade de toda a sociedade em pensar e viabilizar alternativas sustentáveis. “A utilização responsável e sustentável da natureza depende do esforço e comprometimento de todos”. Durante a programação do primeiro dia de atividades, a representante do Gambá, Heloísa Orlando fez uma breve ilustração do diagnóstico da situação atual da mata atlântica em Ilhéus.
O chefe de gabinete da Prefeitura de Ilhéus e ex-presidente do Conselho Municipal de Meio Ambiente (Condema), José Nazal Pacheco Soub, apresentou uma “Visão espacial dos Impactos na Mata Atlântica”. Mapas sobre Meio físico, Uso e Ocupação do Solo foram apresentados pelo prof. Ronaldo Gomes, da Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc) também ajudaram a ilustra o panorama atual. Ainda pela manhã o secretário Harildon Machado apresentou mapa dos principais vetores de desmatamento, de degradação de Áreas e Ameaças à biodiversidade e foi feita a identificação das áreas prioritárias para a conservação.
Já pela tarde os participantes da elaboração do plano discutiram as alternativas de futuro e apresentaram os resultados dos grupos de debate. Na sexta-feira (10) os trabalho serão abertos com a discussão de diretrizes estratégicas para alcançar a “Situação Futura Desejada” e seguem durante todo o dia, coma definição dos indicadores de monitoramento e das ações que constarão no documento. A última etapa de elaboração do plano consiste na indicação de audiência pública para a aprovação do plano pelo Condema.
Segundo o secretário Harildon Machado após a aprovação do Conselho, o município estará apto a buscar recursos no Fundo Nacional de Meio Ambiente, que possibilitem a execução e o monitoramento das ações previstas no plano. “Desta forma, poderemos utilizar os recursos naturais de maneira sustentável”.