Virgílio Calazans de Amorim

              Neto do Comendador Joaquim José Calazans Bittencourt, nasceu em 4 de fevereiro de 1880, foi o segundo filho de João Navarro de Amorim com Antônia (Pepita) Calazans Bittencourt, que tiveram mais quatro filhos, João, Arthur, Maria Luiza, casada com Nataniel Figueiredo,  e Aníbal.

Em 6 de dezembro de 1904 casou-se com Theodolinda (Duduzinha) Berbert Amorim, tiveram cinco filhos: Guiomar, que faleceu um mês após seu nascimento, Sílvio (Silu), Henrique, Janira, casada com Osório de Carvalho e Silva, e Álvaro.

Começou a vida comprando cacau e trabalhando com seu pai na Fazenda Primavera, hoje tombada pelo Patrimônio Histórico Nacional. A Fazenda Primavera compreende duas sesmarias doadas pelo Rei de Portugal, uma à família de alemães, os Berbert, e outra a uma família de portugueses, os Navarro de Amorim, através do casamento do Cel. Virgílio com Theodolinda (Duduzinha) as sesmarias foram unidas.

Junto com o advogado Itabunense José Nunes da Silva, em setembro de 1921, resolveu construir uma estrada ligando Ilhéus a Itabuna, a primeira estrada da região, o acesso entre as duas cidades era feito por uma trilha dentro da floresta; com recursos próprios, arrecadados entre os fazendeiros, por ele e pelo governo federal. Na mesma época criou a S/A Auto Viação Sul Baiano que seria a donatária da estrada, sendo o Cel. Virgílio subscritor do maior número de cotas da empresa e seu primeiro Presidente. A estrada foi inaugurada em 1º de março de 1928.

Foi Coronel da Guarda Nacional, Conselheiro Presidente e Intendente de Ilhéus.

Fundou o Banco de Crédito Popular de Ilhéus; os primeiros telefones a funcionar na cidade foram trazidos por ele; contribuiu com a construção do Abrigo São Vicente de Paulo; do Clube Social de Ilhéus, inaugurado em 4 de fevereiro de 1938, sendo seu primeiro Presidente e sócio benemérito; construiu dois edifícios, o Virgílio Amorim, atrás da Prefeitura e o Edifício Primavera, atrás do Prédio Escolar General Osório.

Nos carnavais de Ilhéus recebia em sua casa a sociedade da cidade em uma famosa festa: “O Marimbondo”.

Em 1940, por causa de uma briga com o então Prefeito Mário Pessoa, resolveu ir embora da cidade e foi morar no Rio de janeiro, depois se mudando para Salvador.

Sua casa foi a primeira de Ilhéus a ter uma varanda.

Em Salvador colaborava com o Instituto dos Cegos, obras de Irmã Dulce, Casa de Retiro São Francisco, de Frei Hidelbrando, entre outros. Foi membro da Ordem Terceira de São Francisco.

Em 1952 construiu uma capela na Fazenda Primavera, que recebeu a imagem de Nossa Senhora de Fátima, vinda de Portugal.

Faleceu em Salvador no dia 26 de maio de 1964, seus restos mortais estão sepultados no Cemitério de Nossa Senhora da Vitória em Ilhéus.