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Dilma não comparece a evento da SIP e é comparada a Collor

Comitê Anfitrião da Assembleia Geral da SIP critica ausência de Dilma e lembra que foi a segunda vez que o presidente do Brasil não prestigiou o encontro. Em cerimônia, organização atacou novamente os governos da Venezuela, Argentina, Bolívia e Equador. E o governador Alckmin afirmou que a liberdade de expressão tem sido “executada por lemas grandiosos como a democratização da comunicação”.

Bia Barbosa

São Paulo – A presidenta Dilma Rousseff foi convidada e era aguardada na cerimônia oficial de abertura da 68a Assembleia Geral da SIP (Sociedade Interamericana de Imprensa), nesta segunda-feira (15), em São Paulo. Apesar do evento estar acontecendo desde a última sexta, somente hoje as autoridades brasileiras estariam presentes. Dilma não compareceu, e a SIP ficou ofendida.

“Na segunda vez que a SIP veio ao Brasil, o presidente era Fernando Collor. Convidado para abrir a Assembleia, até o último minuto ele confirmou que participaria. Na véspera, avisou que não viria. Pela segunda vez, coincidentemente, recebemos ontem à noite um telefonema do gabinete da presidente Rousseff comunicando que ela não viria a São Paulo. Pela segunda vez, o presidente do Brasil deixa de fazer a abertura, que caberá então ao governador Geraldo Alckmin”, criticou Julio César Mesquita, do Grupo Estado e presidente do Comitê Anfitrião da Assembleia da SIP no Brasil.

Antes do governador tomar a palavra, Mesquita também comparou o início dos anos 90 com o período atual. “Naquele ano, o panorama era diferente. A censura havia desaparecido no continente, com a exceção de Cuba, onde os irmãos Castro controlavam as liberdades, o que ocorre até hoje. Mas, à época, a SIP já antecipava que dois novos inimigos surgiriam: o narcotráfico e os congressos latino-americanos, com projetos de lei para impedir o trabalho dos jornalistas. Agora, o cenário não é animador. Há atentados contra jornalistas no continente (…) e há a volta ao passado negro de governos populistas, fascistas e totalitários, que voltaram a ser realidade na América do Sul, como é o caso da Venezuela, Argentina, Bolívia e Equador, que diariamente atacam as imprensas dessas nações”, afirmou Mesquita.

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, ocupou então a tribuna para proferir o mesmo discurso feito em maio deste ano num seminário sobre liberdade de imprensa organizado pelo Instituto Internacional de Ciências Sociais. Usando as mesmas palavras de outrora, reconheceu que o Brasil vive hoje uma situação de liberdade para o exercício do jornalismo, mas lembrou que a liberdade de expressão “deve ser defendida dia a dia de suas ameaças”.

Para Alckmin, nas Américas essas ameaças são representadas pelo “populismo de viés autoritário”, praticado por governos de países vizinhos, e por “lemas grandiosos como “democratização da comunicação” e “controle social””. “Essa ameaça tem sempre a mesma receita: o poder esmagador do Estado e doses variadas de truculência”, afirmou o governador que comanda a polícia que mais mata no país.

“É obrigação do Estado oferecer educação, formar cidadãos com juízo crítico, capazes de defenderem-se por si próprios. Mas não pode um Estado, em nome da democracia, usar dinheiro publico para proteger a expressão de uns contra a expressão de outros. Não pode imaginar-se como juiz da imprensa. Como conquista civilizatória, a liberdade de expressão não pertence ao universo oficial. Não pode, porque a liberdade não é um bem fornecido pelo Estado, ser um bem usurpado por ele. Abusos da imprensa, e eles existem, se combatem com mais liberdade, com juízes no Judiciário”, disse.

Milton Coleman, presidente da SIP, do The Washington Post, acredita que o Brasil ocupa melhor posição em termos de garantia da liberdade de expressão do que muitos países do continente. “Mas ainda não sabemos os rumos do país quando vemos o governo federal silenciar sobre violações da liberdade de imprensa cometidas por outros países na região”. Segundo Coleman, diversos governos estão usando a aprovação de leis para atacar a democracia em seus países e minar a liberdade de opinião.

O presidente da SIP finalizou seu discurso agradecendo ao Prefeito Gilberto Kassab – também presente – o coquetel oferecido aos delegados do evento pela Prefeitura de São Paulo no Teatro Municipal, na noite deste domingo. “O senhor é bom de festa! Tem futuro depois que sair da Prefeitura”, brincou Coleman.

Na coletiva realizada após a cerimônia, perguntado sobre o que achava das ameaças recebidas pelo repórter da Folha de S. Paulo, André Caramante, pelo Coronel Telhada, eleito vereador pelo PSDB, Alckmin respondeu que Telhada não é mais funcionário público e que o governo estadual ofereceu ao jornalista sua inclusão no programa de proteção à testemunha.
Já o Prefeito Gilberto Kassab preferiu reforçar que “a democracia precisa da imprensa, e a imprensa brasileira é muito eficiente.”

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No CARTA MAIOR

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1 resposta para “Dilma não comparece a evento da SIP e é comparada a Collor”

  • Ligia Costa says:

    Boas razões para a presidente Dilma não ter ido à SIP
    Breno Altman
    O dirigente do Grupo Estado, Júlio César Mesquita, não escondeu sua frustração. Diante da cadeira vazia na cerimônia de abertura da 68ª Assembleia da Sociedade Interamericana de Imprensa, comparou a atitude da atual presidente a de seus antecessores, Ernesto Geisel e Fernando Collor, nos dois convescotes da agremiação anteriormente por aqui realizados.
    A comparação pode ser estapafúrdia, mas o rancor tem sua razão de ser. As famílias que controlam os meios de comunicação na região, sem aliados importantes além dos Estados Unidos, ambicionavam aval implícito de Dilma Rousseff para sua ofensiva contra políticas de democratização e regulação levadas a cabo por diversos governos progressistas.
    Apesar de sua administração manter intactos os privilégios dos monopólios de imprensa, a presidente pode ter sido eloquente ao dar silencioso bolo no evento dos marajás da informação. Como não foram tornados públicos os motivos dessa decisão, é natural que provoquem especulações. Uma abordagem possível remete à trajetória da associação. A SIP, afinal, congrega a fatia mais ativa e influente das elites continentais, com expressiva folha de serviços prestados às ditaduras.
    Fundada nos EUA em 1946, a entidade teve papel fundamental durante a Guerra Fria. Empenhou-se com afinco a etiquetar como “antidemocráticos” os governos latino-americanos que não se alinhavam com a Casa Branca. Constituiu-se em peça decisiva do clima psicológico que antecedeu levantes militares no continente entre os anos 60 e 80.
    Entre seus membros mais proeminentes, por exemplo, está o diário chileno El Mercurio, comprometido até a medula com a derrubada do presidente constitucional Salvador Allende, em 1973, e a ditadura do general Augusto Pinochet. Outros grupos filiados são os argentinos La Nación e El Clarín, apoiadores de primeira hora do sanguinário golpe de 1976.
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    A lista é longa. O vetusto matutino da família Mesquita, O Estado de S.Paulo, também foi adepto estridente das fileiras anticonstitucionais, clamando e aplaudindo, em 1964, complô contra o presidente João Goulart. Mas não foi atitude solitária: outras empresas brasileiras de comunicação, igualmente inscritas na SIP, seguiram a mesma trilha.
    Seus feitos, porém, não fazem parte apenas da história. Estes veículos, mais recentemente, apoiaram o golpe contra o presidente Hugo Chávez (2002), a derrocada do hondurenho Manuel Zelaya (2009) e o afastamento ilegal do paraguaio Fernando Lugo (2012). Funcionam, a bem da verdade, como uma aliança intercontinental do conservadorismo.
    Às vésperas das eleições de 2010, em julho, o então presidente da SIP, Alejandro Aguirre, afirmou que Lula “não poderia ser chamado de democrata” e o incluiu entre os líderes que “se beneficiam de eleições livres para destruir as instituições democráticas”. Seu objetivo era evidente: como porta-voz dos barões da mídia, queria colaborar no esforço de guerra contra a condução de Dilma Rousseff, pelo sufrágio popular, ao Palácio do Planalto.
    A SIP, no entanto, vai além de movimentos pontuais, ainda que constantes, para a desestabilização das experiências de esquerda. Trata-se de um laboratório para estratégias de terceirização política dos Estados nacionais, na qual as corporações privadas de imprensa ditam a agenda, articulam-se com esferas do poder público e se consolidam como partidos orgânicos da oligarquia.
    Diante deste inventário de símbolos e realizações, fez bem a presidente ao se recusar a emprestar o prestígio de seu mandato e a honradez de sua biografia. Ainda mais em um momento no qual sócios nacionais da associação animam julgamento de exceção contra dirigentes históricos de seu partido e integrantes de proa do governo Lula.
    Oxalá esse gesto possa dar início a uma batalha firme pela democratização da imprensa e a adoção de marco regulatório que rompa com o feudalismo midiático.
    Breno Altman é diretor do site Opera Mundi e da revista Samuel

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