Irene de Santana

Conterrânea de Jorge Amado, nasceu em Ferradas, Itabuna, em 24 de abril de 1931, filha de Aristides José de Santana e Rita Alves da Rocha. Tinha cinco irmãos: Iraci, Josefa, Maria, José e Maria Valdecir. Ficou órfã de sua mãe aos doze anos e foi morar com a avó materna, Lídia, na roça.

Nunca freqüentou uma escola, teve uma professora que lhe ensinava em casa.

Casou-se, aos 21 anos, com Valdomiro Lima dos Santos com quem teve sete filhos: Maria Inês, Ronaldo, Everaldo, Valter, Luis, Maria Rita e Vilma Maria. Criou todos com o fruto do seu trabalho, os seus deliciosos acarajés, que no começo vendia na esquina do colégio General Osório, depois no outro lado, na esquina da Praça Castro Alves e depois no centro da mesma, em baixo de uma gôndola. Na época do Prefeito João Lyrio, Irene construiu uma barraca no local da gôndola, no segundo governo de Antônio Olímpio foi decidido que ela não deveria ficar sozinha na praça, só tinha ela e a banca de revistas da Neuza, a prefeitura derrubou sua barraca, e construiu a atual praça de alimentação. O sucesso foi tanto que a praça com o tempo ficou conhecida como a Praça da Irene, a praça de alimentação e bate papos, local dos encontros do fim de tarde da cidade.

Irene era baiana, mas não pertencia a nenhum terreiro, era católica, admiradora de Cosme e Damião, aprendeu a fazer seus deliciosos acarajés com Dona Roxa, em Itabuna, seus acarajés ficaram famosos, todos os turistas que chegavam à cidade queriam ir à praça degustá-los. Certa vez cheguei na praça e tinha uma fila enorme de turistas para comprar acarajé, dei-lhe boa tarde e ela me perguntou o que eu queria, pedi um acarajé, um dos turistas reclamou que eu estava furando a fila, ela lhe respondeu que eu comprava acarajé todos os dias e ele só aparecia uma vez por ano, que eu tinha o direito de furar a fila, que eu tinha preferência.

Irene participou de vários congressos nas cidades de Belo Horizonte, São Paulo e Rio de Janeiro.

Faleceu no dia 24 de abril de 1997, aos 65 anos, seu corpo está enterrado no cemitério São João Batista, no bairro Nelson Costa.