Meu mau humor tem um culpado: Juscelino Kubitschek. Eu explico.
Presidente do Brasil no século passado entre os anos 1956-1961, Juscelino teve como slogan desenvolvimentista de sua campanha o célebre “Cinquenta anos em cinco”. Trocando em miúdos, uma promessa de fazer em apenas cinco anos o que se faria em cinquenta.
Hoje, quando enxerguei a obra da praça do Santo Antônio de Pádua, já sem os tapumes e em fase de conclusão, poderia estar radiante, dando pulos de alegria e festejando o equipamento reformado, que vai atender moradores do Hernani Sá e visitantes em geral. Mas me veio à mente o slogan de Juscelino. Pior, me veio à mente o inverso do slogan de Juscelino.
Me dei conta de que a dita praça sofreu 30 anos de abandono e descaso do poder público; até a manutenção do local era feita pelos próprios moradores diante de tanto desprezo e esquecimento. Ao longo dessas décadas, não faltaram pedidos, súplicas nem clamor dos moradores pela tão necessária reforma.
Pois é, veja como são as coisas. Em apenas 30 dias foi resolvida uma demanda de 30 anos! Por que diabos tanta espera e tanto sofrimento?

Reforma da praça, 30 anos de espera
Quando eles querem, eles fazem.
No entanto, quando não querem, não tem acordo. É o caso da Faelba, 50 metros adiante. Vai ficar de herança para o próximo prefeito.
Mas o bom da história é que o povo já não é mais tão bobo…

Conscientização dos moradores
Seja quem for o próximo alcaide – eleito ou reeleito – receberá e terá que resolver essa herança de mais de duas décadas. E esteja certo de que vai ser cobrado. Pedidos, súplicas e humilhações dos últimos vinte e poucos anos, hoje já não cabem, são página virada. Os moradores da Faelba (Hernani Sá) não suportam mais as condições deploráveis de suas ruas e se conscientizaram que não é nenhum favor, e sim obrigação da administração pública municipal pavimentar dignamente as vias daquele logradouro. Basta de implorar, basta de mendigar soluções “patroleiras” esporádicas e paliativas, que só duram poucos dias e não acabam com os buracos, poeira e lama.
Agora é EXIGÊNCIA dos moradores que a prefeitura cumpra por completo seu dever básico de converter a arrecadação de impostos na preservação da cidade e na consequente melhoria da qualidade de vida dos contribuintes. E sem jeitinhos, gambiarras, fachadas ou maquiagens.

Contraste entre a praça reformada e a Faelba abandonada (ao fundo)
Nilson Pessoa