Reafirmando o compromisso com o setor cultural, o governador Rui Costa assinou, nesta terça-feira (4), o contrato de publicização da Orquestra Sinfônica da Bahia (Osba), que passa a adotar um modelo de gestão mais moderno, com espaço para a participação da iniciativa privada. A solenidade, no palco da sala principal do Teatro Castro Alves (TCA), em Salvador, incluiu apresentação da orquestra, regida pelo maestro Carlos Prazeres e com participação de Luiz Caldas.

By Carlos Prates GOVBA
Com a mudança, a Osba fará parte do Programa Estadual de Organizações Sociais. Desta forma, continuará sendo mantida pelo Estado, porém administrada por uma Organização Social (OS) sem fins lucrativos. Isto lhe permite expandir o corpo de músicos e gerir a instituição com mais agilidade, além de possibilitar a captação de recursos de forma mais abrangente e proveitosa.
“A medida vai dar vida longa à orquestra com um novo modelo de gestão, com funcionamento mais ágil. Nossa maior e mais importante orquestra entra em outro patamar na história da cultura da Bahia, pois ela impulsiona outros setores culturais junto com ela”, afirmou Rui.
Na ocasião, o secretário de Cultura, Jorge Portugal, destacou que “a publicização da Osba foi uma decisão do Estado da Bahia porque essa era a direção lógica dos corpos estáveis de quase todos os teatros do Brasil. Na verdade foi uma forma também do governo propiciar a Orquestra Sinfônica da Bahia a alçar novos voos e conseguir a garantia da sua sustentabilidade. Decisão, portanto, em consonância com as outras orquestras sinfônicas do país e do mundo”.
Ao adotar o novo modelo de gestão, a Osba se junta a outras importantes companhias do país, como a Orquestra Sinfônica de São Paulo e a Orquestra Filarmônica de Minas Gerais. Ambas foram transformadas em Organizações Sociais, garantindo, assim, novas formas de captação de recursos para investir na manutenção e no crescimento estrutural e artístico.
Escalada de sucesso
Criada em 30 de setembro de 1982, a Osba é uma companhia estadual que integra os corpos artísticos do TCA. Durante sua trajetória, a orquestra esteve sob a regência de conceituados maestros, como Christopher Warren-Green, John Neschling, Isaac Karabtchevsky, Alex Klein, Olivier Cuendet e Ricardo Castro. A partir de 2011, o maestro Carlos Prazeres assumiu o posto de regente titular e curador artístico da Osba.
No currículo da orquestra constam concertos nos quais acompanhou grandes nomes da música clássica, como Luciano Pavarotti, Montserrat Caballé e Milla Edelman. Destaca-se ainda as apresentações ao lado do Ballet Kirov, Ballet Bolshoi (Rússia) e Ballet da Cidade de Nova York, além da participação na montagem de várias óperas.
Gestão atual
Sob a curadoria artística de Carlos Prazeres, a Orquestra Sinfônica da Bahia vem redefinindo seu papel na sociedade, buscando criar concertos e programas que tragam um novo olhar do público baiano para a música erudita.
As primeiras ações dele tiveram o objetivo de inserir a Osba no contexto cultural da sociedade baiana, criando vínculos entre a orquestra e a cultura do estado. Para tanto, idealizou uma programação anual, dividida em séries de concertos. Desse modo, surgiram as séries Jorge Amado, Carybé, Manuel Inácio da Costa e Glauber Rocha.
Vale destacar ainda o Sarau OsbanoMAM, que une música e poesia no Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM); o Baileconcerto, proposta que leva a orquestra a vivenciar a tradição dos antigos carnavais; o Selfconcerto, que dá destaque a composições de membros e colaboradores da OSBA; e o Cine Concerto, um dos maiores sucessos empreendidos pela Osba, que leva o público a acompanhar a trilha sonora de clássicos do cinema.
Programa Estadual de Organizações Sociais
Instituído pelo Governo do Estado, o Programa Estadual de Organizações Sociais tem por objetivo fomentar a publicização, isto é, a absorção da gestão de atividades ou serviços públicos por entidades sem fins lucrativos selecionadas e qualificadas para exercerem a função de OS.
As Organizações Sociais são importantes aliadas dos dirigentes públicos para o exercício da gestão na busca por melhores serviços públicos nas áreas de ensino, pesquisa cientifica, desenvolvimento tecnológico e institucional, proteção e preservação do meio ambiente, saúde, trabalho, ação social, cultura, desporto e agropecuária.
Com a publicização, efetivada mediante celebração de contrato de gestão, o Estado passa de executor ou prestador direto dos serviços para regulador, provedor ou promotor dos serviços. Como provedor, o Estado continua a subsidiá-los, buscando, ao mesmo tempo, o controle social direto e a participação da sociedade.