AVENIDA SOARES LOPES, UM DESAFIO PARA TODA ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL.
Cartão postal de Ilhéus, construída ao longo dos anos dourados, apogeu da lavoura cacaueira, agraciada com projeto paisagístico de Roberto Burle Marx, mesmo não sendo executado a contento, vem sucumbindo aos infortúnios das administrações públicas, que desprezam qualquer planejamento administrativo, para realizar as intervenções necessárias a sua manutenção. A Avenida foi, para quem conheceu, o local mais aprazível da nossa cidade, freqüentada por todos os cidadãos ilheenses, palco dos grandes carnavais; hoje, em total abandono, não suporta um ônibus com cinqüenta turistas. O desmando e a falta de compromisso com a história e a cultura de nossa cidade, leva-nos a arriscar algumas sugestões para abrandar o tormento que todos os usuários vem sofrendo.
O começo da Avenida, local de concentração das mais belas obras, que registram através do estilo arquitetônico suas épocas e toda cultura aqui investida, tem como elemento impactante e avesso, uma Estação Elevatória de esgoto, que exala cocô; podemos pois, solicitar que a administração pública faça interferência junto ao órgão responsável, quanto à manutenção periódica da caixa, que deve reter o lodo em seu leito, como também possa reavaliar a cota da saída dos gases expelidos. Não podemos admitir que este equipamento tenha qualquer extravasor horizontal para alívio do excesso de material, por interrupção do recalque, o que se tornaria um crime ecológico naquele local; o correto seria oferecer energia alternativa para alimentar as bombas. Ou retirar dali aquela barbárie, símbolo da engenharia meia-boca que permeia nossos governos.
O centro da Avenida destoa de tudo e de todos, é o registro da falta de criatividade, não existe equilíbrio com as obras ali executadas, um emaranhado de tijolos e aço, uma agressão aos monumentos implantados no início da Soares Lopes. Não existe o carinho e a preocupação com os elementos urbanísticos, que antes havia de forma harmônica; é como se hoje não soubéssemos projetar, é uma central de abastecimento em plena Soares Lopes. Como fazermos uma correlação entre a Catedral de S. Sebastião, o Vesúvio e o Teatro Municipal, com aquele centro de abastecimento? Por que não pensar em construí-lo afastado, criando no centro a maior praça de Ilhéus, que possa abrigar mais de vinte mil pessoas? Ou será que já existe alguma praça com essa dimensão em nosso município?
A extremidade norte vive o maior desastre, furada como queijo suíço, decerto será soterrada antes do verão; não que não fossem necessárias as obras ali executadas; obras subterrâneas são assim mesmo, todavia, a falta de planejamento promove a descrença no sucesso.
Em tempo: Srs urbanistas que amam Ilhéus, vem aí mais uma cagada. Um terminal pesqueiro vai matar a baía do Pontal. Vamos tentar vedar esse suspiro.
Estas são as minhas convicções.