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SER OU NÃO SER NORDESTINO?

De uns tempos prá cá, sobretudo com as Ongs de direitos humanos e outras organizações, fica difícil qualificar certas ações em relação ao rótulo discriminatório, passando a existir uma confusão danada, confundindo-se o gosto pessoal como uma forma de preconceito.

Como os brancos foram sempre os manda chuva e os africanos subdesenvolvidos, criou-se o padrão da beleza loura, que vai do cabelo ao nariz, passando pela cor dos olhos. Se fosse o contrário, o belo seria o cabelo pixaim, o nariz “boi pisou” e os olhos esbugalhados.

Isso vem desde a primeira boneca ganha pela garotinha, cujo perfil é europeu. Só recentemente é que apareceram algumas de cor preta ou parda, mas sem uma aceitação plena. Um exemplo disso: uma americana, pensando que estava abafando, presenteou uma boneca preta a uma criança queniana, ficando pasma com a sua reação que a recusou, pois gostaria da tradicional de olhos azuis e cor rosada.

Então, hoje é muito complicado quando se trata da raça negra, pois tudo passou a ser considerado preconceito, criando-se até vantagens para a raça (cotas, por exemplo), em detrimento dos demais.

Mas vamos deixar isso prá lá e nos concentrarmos na bola do dia – a discriminação contra os nordestinos, após a eleição passada.

Particularmente, nunca gostei de ser chamado de nordestino. Nunca vi um paulista ser chamado de sudestino e nem um gaucho de sulista, valendo o seu Estado de origem.

Por que isso? É que sempre senti que o termo nordestino criado pelos eles não expressava a condição geográfica, mas aquele agrupamento de desvalidos que se aventuravam pelas cidades grandes, na expectativa de ter uma vida melhor que a do seu rincão. Pobres, sem escolaridade, mão-de-obra desqualificada e hábitos primários, para não dizer primitivos. E logicamente com esse perfil só conseguiam empregos na construção civil, nas casas de família e nas empresas, executando duras tarefas, e até sendo explorados em muitos casos.

Dessa forma, quando ouço o termo nordestino me vem a idéia de estar sendo discriminado ou, no mínimo, referenciado àquelas pessoas, mesmo que fossem dignas e contributivas ao desenvolvimento de seu país, eram consideradas como de classe inferior. Coloca-nos no mesmo saco como se não há gente qualificada e tão capaz que, a despeito das dificuldades regionais, pode concorrer com os dos outros Estados, como vem acontecendo.

Agora mesmo, quando se apregoa aos nordestinos a vitória da Dilma e se faz com certa raiva, denegrindo-os, eu vejo clara a imagem dos nossos irmãos trabalhadores, tão bem cantados e contados pelo Luiz Lua Gonzaga na sua triste partida, de Patativa do Assaré, com um quê de inferioridade a todos os que nasceram no Nordeste.

Talvez não seja essa a intenção, mas me parece existir no subconsciente de muitos paulistas, cariocas, paranaenses, gaúchos e outros essa discriminação velada, como se fora um gene passado de geração para geração, quando deveriam louvar aqueles rudes e sofridos homens que deram o seu suor, com abnegação e muito sacrifício ao desenvolvimento de seus Estados, haja vista a pujança da capital paulista.

Maceió, Al, 08 de novembro de 2010.


Luiz Ferreira da Silva
Engenheiro-Agrônomo e Escritor
luizferreira1937@gmail.com

4 respostas para “SER OU NÃO SER NORDESTINO?”

  • José Rezende Mendonça says:

    Dr. Luiz

    Os “sudestinos” esquecem que foram eles que elegeram a Dilma. É só verificar o mapa eleitoral por região e perceber que Dilma sem os votos dos “nordestinos” estaria eleita da mesma forma, pois ela teve uma frente de 12.000.000 de votos. O nordeste todo deu pra ela algo em torno de 10.000.000 votos.

    Os colégios eleitorais de Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro que são os maiores foi quem definitivamente a elegeu. São Paulo quer falar tanto e elegeu o Tiririca.

    Um abraço
    Rezende

    • lucio says:

      Três coisas:
      1)o autor do texto escreveu um texto tão racista quanto o racismo que ele comndena.

      2)No Rio, (ao contrário de todos os outros estados do sul) Dilma ganhou.

      3) São Paulo já deu um exemplo de abertura elegendo uma mulher nordestina como prefeita (Luiza Erundina). Se há preconceito, não se mostrou nas urnas. Erundina foi condenada ao ostracismo depois, por culpa de uma administração nula e apagada. Também nunca vi paulista com adesivo “Orgulho de ser Paulista”, mas já vi muito orgulho de ser nordestino, baiano, cearense. Ah! falando em Ceará, o Tiririca não nasceu em São Paulo…

  • Luiz Ferreira says:

    Eu não sei se o Sr Lúcio está me respondendo ou ao amigo Rezende. Ou aos dois. Seja o qae for não parece concatenar as idéias e embolou tudo e, ademais, tem dificuldade de entender e mais ainda de expor, lembrando-me o saudoso Stanislaw – “samba do crioulo doido”.

  • jane says:

    Luiz, abri varios blogs hje com esta mesma ideia que vc tem sobre o termo “nordestino”. Eu vejo um poko de exagero nesta “reclamação”. Quando eu me refiro a algum amigo meu nordestino é com muito carinho, pois eu amo o nordeste mas infelizmente nao nasci lá, porem meu sotaque é puxado pro nordeste por opção. O termo nordestino foi criado nao sei por quem, e nem quando mas já existe e pronto. Agora, cada um enxerga-o da forma que escolher. Eu o vejo o nordestino como um sujeito de muita sorte pq ele tem o que eu nao tenho morando em Santos.
    Acesso a comida de qualidade como inhame no café da manha, cuscuz, fruta de boa qualidade, uma feira rica em frutas, praias belissimas, natureza, simplicidade mesmo tendo dinheiro a rodo e com certeza é um bom sujeito. Ahh e pode ir na “Budega do sertao” na hora que quiser.
    Eu moro em Santos e nasci em SP mas todo ano to em maceió. E me considero nordestina de coração com muito orgulho.
    Ahh nao sei como conseguir aquele adesivo pro carro “orgulho de ser nordestino” gostaria muito de ter um deste. Se vc conseguir por ai, me escreva, posso comprar de vc ou ganhar quem sabe . hehehe
    Um abraço” Em setembro to ai de novo! bjos

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