Polícia interroga dois jovens sobre adolescentes decapitadas
Missa termina em protesto pela morte de Janaína Cristina Brito Conceição, 16 anos, e Gabriela Alves Nunes, 13.
Durante a caçada aos assassinos de Janaína Cristina Brito Conceição, 16 anos, e Gabriela Alves Nunes, 13 – degoladas no dia último dia 19 na rua Nova Divineia, bairro do IAPI -, policiais civis detiveram duas pessoas, ontem à tarde, no bairro de Dom Avelar.
Os dois rapazes de 17 anos foram conduzidos à 4ª Delegacia, em São Caetano, onde foram interrogados e, em seguida, liberados. A princípio, agentes da 4ª DP e da Delegacia de Homicídios cogitaram a possibilidade de um dos jovens ser Branco, cuja participação no duplo assassinado foi conduzir o Fiat Punto para os executores Alex Santos Silva, o Lequinho, Adriano Silva Nunes e Risolvaldo Hora Costa, o Riso.
Cerca de 15 policiais civis, distribuídos em três carros sem identificação, chegaram por volta das 14h à Nova Divineia e iniciaram mais um dia de buscas aos criminosos. Depois de revistarem várias casas – todas elas em vão -, o comboio seguiu para o bairro de Dom Avelar, onde abordaram dois rapazes numa barbearia, na Rua dos Beneditinos. Um dos jovens, que seria Branco, foi levado para a própria casa, na rua das Mercedárias.

No imóvel, nada foi encontrado. Como o jovem não portava documento de identificação, ele foi algemado e conduzido à 4ª DP, juntamente com o outro rapaz. Após consulta no portal da Secretaria de Segurança Pública, foi constatado que ambos eram menores. Após a chegada de parentes, os dois foram soltos.
Ontem, o pai de Janaína, o soldado do Corpo de Bombeiros Ezardival Rúbens Bassalo foi na 4ª DP e não reconheceu como sendo de sua filha a mochila vazia encontrada por policiais na casa de Patrícia de Jesus Leal, na Nova Divineia. “Não reconheci. Não era da minha filha. Nunca vi”, afirmou.
Segundo a polícia, Patrícia é namorada de um dos acusados. Em depoimento na quarta-feira, Patrícia disse na DH que Janaína e Gabriela passaram a madrugada do dia 19 em sua casa. Após o crime, ela disse que foi obrigada a dar abrigo aos assassinos.
Missa termina em protesto | Bruno Villa
Familiares, amigos e vizinhos lotaram, às 18h de ontem, a Igreja Deus Menino, no Engenho Velho de Brotas, para participar da missa de sétimo dia das mortes de Janaína Cristina Brito Conceição, 16 anos, e Gabriela Alves Nunes, 13.
“O delegado nos garantiu que está perto de prender os responsáveis. Temos esperança que eles sejam presos amanhã (hoje)”, disse o pai de Janaína, o soldado do Corpo de Bombeiros Ezardival Bassalo. O avô de Gabriela, Cosme Paranhos, voltou a lamentar a morte brutal das adolescentes.
“Eu não entendo como alguém pode fazer uma crueldade dessas”, disse. No sermão, o pároco da igreja, Jurandi Dantas, lamentou o crescimento da violência na Bahia.
“Estamos cansados disso. Quem vamos culpar? O governo, a polícia? Quando somos omissos contribuímos para que a violência cresça”, afirmou. Depois da missa, às 19h, entoando um pai-nosso, o grupo fez uma caminhada, com cartazes e balões coloridos, até o final de linha do Engenho Velho de Brotas para pedir a punição dos culpados.
Bruno Wendel | Redação CORREIO DA BAHIA