Sabonetes feitos com algas geram renda para marisqueiras
As algas da Baía da Todos os Santos, normalmente ignoradas pelos banhistas, estão mudando a vida das marisqueiras da Ilha de Itaparica. As profissionais passaram por um curso de capacitação realizado pela Secretaria de Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária – Seagri, através da Bahia Pesca, e estão produzindo sabonetes utilizando a abundante planta como matéria-prima. A produção deve gerar um incremento de aproximadamente R$ 500 na renda de cada produtor participante.
“Em apenas um mês elas produziram três mil unidades do produto, que estão sendo vendidos em hotéis e restaurantes da Ilha de Itaparica. É uma ótima forma de ampliar a renda, investindo apenas algumas horas por semana e sem precisar interromper os afazeres diários com a mariscagem”, explica o presidente da Bahia Pesca, Isaac Albagli, que esteve no projeto.
A atividade faz parte do Projeto de Cultivo de Macroalgas Marinhas, realizado pela empresa com o apoio do Fundo Estadual de Combate e Erradicação da Pobreza (FUNCEP). A produção dos sabonetes envolve uma série de etapas. Primeiro as mudas de algas, com cerca de 30 gramas, são plantadas em cordas presas a balsas, que ficam submersas próximas à superfície da água. Em dois meses elas alcançam mais de um quilograma e são colhidas, secadas e transformadas em produtos diversos. Após a fabricação os produtos passam por uma inspeção de qualidade e o processo é finalizado com a embalagem.
“A gelatina vegetal extraída das algas marinhas assimila grande quantidade de sais minerais, iodo e fósforo. Por isso, o sabonete inibe o desenvolvimento bacteriano na pele, além de possuir efeito hidratante superior aos outros sabonetes”, afirma a técnica da Bahia Pesca, Eliana Carla Ramos.