Cadeia e Cemitério
A cidade de Ilhéus, bela por natureza, admirada por todos que lhes visitam. Ponto estratégico, com o Oceano Atlântico a lhe beijar os pés. Sol o ano inteiro, até mesmo no inverno é gostoso passear por suas ruas. Já foi a maior produtora de cacau do mundo, tornando-se conhecida em muitos países, tendo a sorte de Jorge Amado, insistir que nasceu aqui. Visitem seus mirantes e descobrirão o porque de tanta admiração. Visitem as suas praias e descubram o paraíso encantador. Andem por suas ruas e encontrarão dezenas de palacetes antigos, construídos no auge dos frutos de ouro, que durante 70 anos enriqueceu muita gente. Diga-se de passagem, gente nobre.
Cidade de Ilhéus, de belas praças, lindos jardins, onde as pessoas sentam para prosear e observar a natureza e seus encantos. Cidade de homens e mulheres inteligentes e honestas, pessoas que com um simples fio de cabelo (bigode) mandavam um recado e eram atendidos. Mas o tempo passou, muita coisa mudou. Muitas empresas de grande porte vieram e se instalaram nesta cidade. No entanto, por algum motivo, que só os políticos sabem explicar, as empresas começaram a ir embora. Primeiro a Petrobrás, depois Brasilgás, logo depois o Moinho e, nenhuma indústria permanece aqui por muito tempo. Não se sabe se é alguma virose, que até os hospitais estão fechando as portas. Ou é desvio de dinheiro? Só há uma explicação, para que, funcionários estejam sem receber salários desde dezembro de 2010.
Mesmo assim, a cidade continua sendo admirada. Apesar das ruas sujas cheias de buracos, o antigo cais do porto ter se tornado um matagal, a baía de Pontal totalmente assoreada e uma bela construção em andamento com o nome de “terminal pesqueiro”. Como não somos engenheiros, ousamos perguntar. A primeira etapa de um terminal pesqueiro de grande porte não é Via Navegável, onde embarcações possam se locomover mantendo distância? Ou esse terminal vai terminar se mudando, quem sabe pra Jequié, já que Itabuna não quer?
Cidade de Ilhéus, cidade de sorte, de sorte que ainda tem CADEIA e CEMITÉRIO, pelo menos, até o dia em que os políticos quiserem.
(ALMEIDA, J. Iram)