Sem embargo coletivo, cada advogado é quem decidirá o futuro do leilão
O grupo de advogados que representam na Justiça os trabalhadores do Hospital Santa Isabel, em Ilhéus, decidiu não ingressar de forma coletiva com o embargo ao leilão efetuado no início da semana pelo Tribunal Regional do Trabalho, que resultou na venda parcelada do prédio da unidade hospitalar a uma empresa distribuidora de derivados de petróleo, com sede em Santo Antônio de Jesus.
Mas, durante a reunião encerrada no início da tarde deste sábado (26), eles anunciaram que caberá, individualmente, a cada credor, estabelecer se está ou não satisfeito com o negócio e tomar a decisão que lhe for satisfatória. Em resumo: juntos, os advogados não vão recorrer da decisão. Mas cada um deles, separadamente, poderá ingressar com um embargo, caso o seu cliente decida por isso.
O prazo para ingressar com o embargo termina nesta segunda-feira (28), cinco dias úteis após a batida do martelo. O prédio do Hospital Santa Isabel, avaliado em 12 milhões de reais, foi vendido durante um leilão por apenas 3 milhões. Um valor que ainda foi dividido em 10 parcelas iguais e sem juros. Com o resultado do leilão, muitos trabalhadores não gostaram da forma do pagamento e resistem em aceitar o parcelamento.
“Por isso iremos agir individualmente. Alguns acharam o negócio ´bom´. Outros já não pensam assim. Daí termos decidido, de forma democrática, respeitando os dois lados da moeda, cada um tomando a decisão que for melhor para o seu caso”, disse ao JBO, o advogado Davi Pedreira.
O Jornal Bahia Online obteve, com exclusividade, junto a uma pessoa muito ligada à direção da Associação das Senhoras de Caridade de Ilhéus – mantenedora do extinto hospital – a informação de que o resultado do leilão também não teria agradado a entidade. Ela também estaria preparando uma ação judicial para impedir a concretização do negócio. O JBO tentou um contato com a presidente da associação, Raimunda Malagutti, mas não obteve sucesso.
Davi Pedreira, um dos advogados dos trabalhadores, disse que apesar de todos os advogados relacionados à causa estarem presentes ao leilão, eles não tinham poder de se posicionar a respeito do acordo feito entre o empresário e a Justiça. Ele voltou a destacar o fato de que nenhum dos advogados sequer sabia da possibilidade de parcelamento da compra.
“Assim como nós, certamente outros interessados não tiveram acesso a esta informação”, revela. Sobre o fato de, somente agora, se posionar a respeito do formato, ele explicou que não é durante o leilão que diz se concorda ou não com o modelo.
De acordo com Pedreira, é intenção dos trabalhadores que o prédio do Hospital Santa Isabel seja mantido para a mesma finalidade, considerando a dificuldade de leitos e de serviço de saúde vivenciada por Ilhéus. “Claro que todos querem priorizar isso. Pode não ser possível. Mas se um grupo consegue parcelar desta forma a aquisição do imóvel, que a mesma chance seja dada a outros setores da sociedade, inclusive grupos ligados à medicina”, argumenta Davi Pedreira.























































