Coração sadio
Conheça os fatores risco para as principais doenças cardiovasculares
Ele, em conjunto com veias, artérias e outros elementos, é responsável por manter o nosso sangue circulando pelo corpo. Apesar de resistente, o coração é extremamente sensível ao nosso estilo de vida. A alimentação incorreta, o sedentarismo e o estresse são alguns dos fatores presentes no nosso dia a dia que comprometem de forma séria – e às vezes irreversível – o perfeito funcionamento desse músculo tão importante para a manutenção da vida.
Grande parte das doenças que mais afligem a sociedade moderna tem algum impacto no funcionamento do coração. Segundo o presidente do departamento de Cardiogeriatria da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) e membro da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (SOCESP), Roberto Dischinger Miranda, “as complicações cardiovasculares têm alta frequência na população. A aterosclerose (depósito de gordura nas artérias do corpo todo) pode levar a gangrena, infarto e derrame. Então, quem pretende viver o suficiente – e com saúde –, deve cuidar dessas principais doenças”.
O primeiro passo para quem quer ter um coração sadio é cuidar da alimentação e fazer atividades físicas. “Para prevenir complicações, alguns hábitos devem ser colocados em prática o quanto antes. Uma alimentação balanceada, com pouco sal, baixa quantidade de gordura de origem animal e grande quantidade de frutas, legumes e verduras (ao menos cinco porções por dia) oferece nutrientes necessários para prevenir o diabetes, diminuir a probabilidade de ter pressão alta e de alterações no colesterol. A prática de atividades físicas melhora a cognição, a saúde mental e cardiovascular, além de diminuir o risco de desenvolver diabetes. Até alguns tipos de câncer parecem acometer menos quem é fisicamente ativo”, avalia Roberto.
Existem alguns fatores que estão mais intimamente associados à aterosclerose, aumentando o risco de infarto e outras complicações cardiovasculares. Pensando na prevenção, listamos os principais fatores e o cardiologista Roberto Miranda mostrou como eles podem alterar o funcionamento adequado do sistema cardiovascular. Veja a seguir:
Colesterol
É a gordura circulante no corpo. O colesterol se liga a tipos de moléculas de proteína para serem transportadas no organismo: o LDL e o HDL. O LDL é o mau colesterol, que, em excesso, se deposita nas artérias formando a aterosclerose. O HDL é o bom colesterol, que retira o LDL depositado. A gordura abdominal aumenta a quantidade de LDL no sangue.
Diabetes
É a alteração na capacidade de metabolizar açúcares. Tem uma relação muito intensa com a aterosclerose, pois é nos diabéticos onde há a maior prevalência de hipertensão, obesidade e alterações de colesterol. O diabético raramente morre de problemas ligados à metabolização do açúcar, mas sim de alguma doença cardiovascular.
Hipertensão
Para chegar a todos os órgãos do corpo, o sangue precisa circular pelos vasos com determinada pressão das artérias. Quando está acima de determinados valores (140 x 90 mmHg) pode levar ao entupimento das artérias, infarto e derrame cerebral.
Obesidade
Quem é obeso raramente é apenas obeso, mas adquiri outros fatores que agem em conjunto. O obeso tem maior risco de ter diabetes e alterações no colesterol e na pressão arterial. A obesidade, por si só, piora o metabolismo da glicose e pode provocar sobrecarga cardíaca.
Sedentarismo
O sedentário tem maior risco de ter pressão alta e obesidade. Tudo aquilo que a atividade física tem a capacidade de prevenir, o sedentarismo aumenta o risco. A atividade física é um treino do coração que, além de ter um efeito vasodilatador, como todo músculo, precisa ser exercitado.
Fumo
Ele traz consequências devastadoras já conhecidas para toda a parte respiratória, e para a saúde cardiovascular é igualmente maléfico. Lesões arteriais periféricas, infarto e derrame. Não existe nível considerado seguro e, por isso, a recomendação é a abstinência total mesmo.
Bebida alcoólica
Apesar de haver vários estudos que sugerem que o consumo regular de pequenas quantidades é benéfico, eu, enquanto médico, não recomendo o consumo. Apesar dos supostos benefícios, a bebida pode causar problemas no fígado, pâncreas e até no próprio coração. Álcool não é remédio, ele vicia. Quem já está acostumado e já consome, tudo bem, mas a quantidade ingerida deve ser moderada, não ultrapassando 30ml para os homens e 15ml para as mulheres por dia. Para saber quantos mililitros se está consumindo é fácil. O vinho, por exemplo, tem teor alcoólico de 12%. Ou seja, em 100ml da bebida, tem 12ml de álcool. A cerveja tem 6%, o whisky 40%. É mais ou menos uma dose de cada um.
Estresse
Vários trabalhos associam o estresse a doenças cardíacas. O controle do estresse é muito benéfico para o aparelho cardiovascular. Não apenas as pessoas ansiosas, mas quem sofre de depressão também tem um risco de morte cardiovascular muito maior. Por isso é importante ficar sempre atento e controlar o estresse e a depressão.
No MAIS DE 50
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