Alfredo Amorim da Silveira em: “10TAQUES”.

Secundino Dario Carballal Dacal
Natural de Pontevedra, Galícia, Espanha, de onde veio para o Brasil em 1950, no navio Groix, de bandeira francesa, chegando ao Rio de Janeiro em 21 de novembro, seguindo dois dias depois, no navio do Lloyd Brasileiro, Duque de Caxias, para Salvador, Bahia, aonde chegou em 25 de novembro.
Seu pai, Manoel Carballal Dacal e sua mãe, Sofia Dacal Garcia, tinham mais dois filhos, Felix e José (Pepe), na Espanha todo José é “Pepe” e todo Francisco é “Paco”, como também o nome de família que predomina é o segundo, que é o nome da família do pai, e não o último, Secundino é o filho mais novo, o caçula, nasceu em 23 de julho de 1931.
Em 1950 o seu tio, Salustiano Dacal, dono de uma serraria e carpintaria em Salvador, mandou-lhe uma “carta de chamada”, tipo um contrato de trabalho, que permitia que estrangeiros pudessem vir trabalhar no Brasil. Só que quando chegou a Salvador foi trabalhar no comércio, onde trabalhou durante dois anos.
Com o amigo e patrício Moises Cachafeiro, que trabalhava nas Casas Fernandez, vieram a Ilhéus fazer umas cobranças e visitar o amigo de infância Manuel (Manolo) Vidal Gesteira, pai de Eusínio Gesteira, vieram num DC3 da Nacional Transportes Aéreos e ficaram hospedados no Britânia Hotel, gostaram tanto da cidade que resolveram vir morar e trabalhar aqui.
Alugaram um ponto comercial na Rua 7 de Setembro, nº 52, e com o apoio das Casas Fernandez montaram a Loja Fátima, moravam nos fundos do imóvel e na frente funcionava a fábrica de colchões de capim, a funerária (na época os caixões funerários eram montados com peças de madeira e forrados com tecidos, eles que faziam a montagem), e a venda de camas “Patente”. Oito meses depois, por causa de uma enchente que alagou a loja e lhes deu o maior prejuízo, mudaram-se para a Praça Cairú, nº 48, onde hoje funciona o Bar Ilhéus, também eram representantes da Águia Central, fábrica de biscoitos e café, durante um ano também foi arrendatário do Bar e Café São Jorge, vizinho de sua loja. Em 1956 vendeu este ponto comercial para Manoel Morales Franco, que fundou o Bar Ilhéus.
Em 1953 mudaram a loja para o Edifício Virgílio Amorim, atrás da Prefeitura, recém inaugurado, eram representantes dos móveis “Ítalo-Brasileiro”, foram os primeiros inquilinos do edifício. Em 1956 transferiram a loja para a Rua 28 de Junho, nº 49, hoje Rua Jorge Amado, fecharam a fábrica de colchões a funerária e a venda de artigos religiosos, só ficando com a venda de móveis. Em 1962 inaugurou uma filial da Móveis Fátima na Rua Cons. Saraiva nº 115, hoje Rua Antônio Lavigne, fechando-a em 1968.
Em 1965 comprou o prédio da “Loja Fátima” que pertencia aos herdeiros de Belina Sá Bittencourt.
Em 1957 desfez a sociedade com Moises Cachafeiro, associando-se em 1958 a Celso Hermida Paz, sociedade esta que durou até 1959, passando a Loja Fátima a ser firma individual, até o ano de 1972.
Com o fechamento da “Loja Fátima”, em 1972 alugou o prédio para a loja “Sonular Móveis”, de Itabuna; depois para a “Padaria Paraíso”, dos categorias (Gentil Paraíso); e finalmente para a “Livraria Popular”, de Genilton Galvão, até o ano de 1992. Resolvendo voltar ao comércio abriu o “Bar Sancho PPança”, que funcionou de abril de 1992 até abril de 2002, quando resolveu sair do comércio definitivamente, derrubou o velho prédio e construiu o Ed. Carballal, que ficou pronto em fevereiro de 2003, e finalmente “aposentou-se”.
Secundino morou em diversos lugares em Ilhéus, saído dos fundos da loja foi morar na mesma rua no nº 72, ao lado do Bar “O Apertadinho”, de Gileno Araujo (Ponto Chic), o bar se chamava “O Apertadinho”, tinha este nome porque era muito pequeno, tão pequeno, que os fregueses tinham que entrar em fila, e quando o primeiro que tinha entrado queria sair era o maior sufoco, tinha que sair todo mundo, o “Bar” tinha um lema “Se tamanho fosse documento elefante seria dono de circo, assim sendo quem manda na 7 de setembro é “O Apertadinho””, morou lá de 1952 até 1953; mudou-se para a Rua Rodolfo Vieira onde morou até 1959; mudou-se novamente para uma república no Sétimo Céu, junto com o pessoal da alfândega até 1965, mais uma vez mudou-se para o Edifício Virgílio Amorim, apartamento nº 6, no segundo andar; e definitivamente mudou-se para o Jardim Savóia em 1977, foi o maior cigano.
Em 1968 montou a SOCONTEL, Sociedade de Construções e Terraplenagem Ltda., junto com Manoel (Manolo, também todo Manoel é Manolo) Vidal Gesteira, que funcionou até 1983.
Casou-se em 1973 com Maria das Graças Silva, com quem teve seus únicos filhos: Felix, Promotor de Justiça, Sophia e Nathalie. Separou-se de Maria das Graças em 1982. Casou-se novamente com Marilene Cruz em 1985, com quem vive até hoje.
Secundino foi o pioneiro em venda de passagens aéreas internacionais em Ilhéus, na época Ilhéus não tinha agência de viagens. Foi representante da “Agência de Turismo Mercúrio York, de Salvador; da “Stela Barros Turismo”, do Rio de Janeiro; e da “Raultur” (Centro Turístico Cultural do Rio) de 1968 até 1970.
Em 1979 foi criado o Vice-Consulado da Espanha em Ilhéus, abrangendo toda a região sul da Bahia, sendo Secundino nomeado Vice-Cônsul da Espanha na região, cargo que ocupa até hoje.
Com oitenta anos completos, foi comemorar o seu natalício na Espanha, com seus parentes e amigos, está cheio de vida e certo de que fez as escolhas certas, inclusive a de vir morar em Ilhéus no Brasil, onde fez muitos amigos e ainda pretende fazer muitos mais.
“Secó”, nós, seus amigos de Ilhéus, nos orgulhamos muito de ter um amigo como você, e desejamos que ainda fique entre nós por muitos e muitos anos.