Manoel de Andrade (Moréia)

Comemora 90 anos no dia 1º de fevereiro, quarta feira, esta grande e querida figura de Ilhéus.
Ainda criança veio do bairro da Liberdade em Salvador, onde nasceu em 1922, em companhia de seus pais, Isidoro Andrade e Leonor Anastácia de Andrade, e dos seus irmãos Olga, Anita, Helena, Lucí, Fernando, Júlio e Jovelina, para morar no Outeiro de São Sebastião, e ter a grande graça de ser batizado na Igreja de São Jorge.
Quando jovem sempre ia pescar nos arrecifes em frente ao morro do Outeiro, entre o Obelisco e o Cristo, por este motivo seus amigos o apelidaram de Moréia (Peixe ósseo, anguilhiforme, da família dos murenídeos (muraenidae), tendo como uma das suas principais características o corpo longo e cilíndrico. No idioma Tupinambá recebe o nome de caramuru), nome como ficou conhecido até hoje, sendo que muitas pessoas não sabem seu verdadeiro nome.
Casou-se com Roselita Alves de Andrade, já falecida, em Salvador, com quem teve três filhas: Anaildes, Jessí e Dajuda.
Seu primeiro emprego foi na fábrica de chocolate Kaufman em 1944, aos 22 anos de idade, onde trabalhou por nove anos, sendo demitido para não completar 10 anos de trabalho e adquirir estabilidade no emprego.
Saindo da Kaufmann foi trabalhar na Estrada de Ferro de Ilhéus, era soldador, dos bons, tão bom que com a construção do Porto do Malhado foi convocado por Gabi Simões, que trabalhava na Construtora Cobrasil, para consertar o guindaste que carregava as pedras da construção do espigão e não tinha agüentado os trancos, solucionou o problema tão bem que foi convocado efetivamente para o serviço, sendo emprestado pela Estrada de Ferro para ficar trabalhando na construção do Porto do Malhado inaugurado em 1971, primeiro porto em mar aberto construído no Brasil. Trabalhou na Estrada de Ferro por 18 anos, de onde também foi diretor do time dos ferroviários também atuando como jogador junto a Laranjeira, Marca Sol, Pingo e outros.


Com a solução que deu no conserto do guindaste do porto criou fama de bom soldador e sempre apareciam serviços para fazer, foi ele quem fez a primeira biruta (aparelho desenvolvido para mostrar a direção visual do vento de superfície) do aeroporto de Ilhéus.  Pensando no seu futuro foi juntando parte do dinheiro ganho numa poupança, economia esta que lhe rendeu uma boa quantia quando se aposentou.
Com a chegada da 2ª guerra Mundial foi convocado pelo Exercito Brasileiro, indo servir em Canavieiras, onde ficou até o final da guerra.
Mais ou menos em 2006 aconteceu um fato constrangedor em sua vida, numa de suas idas ao mercado municipal, a feira do Malhado, um rapaz, não se sabe o porquê, deu-lhe um tiro, tiro este que atingiu as suas costas, imediatamente foi socorrido por seus amigos, a seqüela não foi grave, mas a bala não pode ser extraída e ficou alojada no seu organismo.
Era freqüentador assíduo do Bar Vesúvio, na época pertencente a Carlos Maron, junto com Paulino Torres, Jocelim Macedo, Guilherme Campos, Roberto Reis, Carlinhos Ximbica (Carlos Oliveira Filho), Ivo Nascimento, Demóstenes B. de Castro, Hélio Moura, Dr. Orrico e outros. Também era membro da turma do “Posto Itaipe”, de Falcão (Osmar Expedito Falcão), na Avenida Itabuna, onde hoje está o Shopping Gabriela, junto com Mário Reis, Osvaldo Mendonça, Hélio Moura, Jocelim Macedo, Zeca Gomes, Carlinhos Maron, Carlinhos Ximbica e tantos outros.
Aos 90 anos de idade continua jovem como sempre e pelo que se vê continuará assim por muitos e muito anos.

Moréia, parabéns e muitos e muitos anos de vida é o que todos nós, seus amigos de coração, lhe desejamos