O clima está esquentando. Os partidos e seus pré-candidatos estão correndo as trilhas em busca de acordos, indicações, posição na tabela de pesquisas e nos votos que no caso de ser eleito ou eleita, lhes darão prestígio, poder, arrogância, prepotência, dinheiro e até desgraça.
Muitos que já passaram por essa trilha à procura do poder político caíram na armadilha e estão ardendo no fogo do inferno – cassados, execrados publicamente, ficha suja, família destroçada, amigos e partidos longe e o povo vibrando com mais uma desgraça.
Aqui na nossa terrinha não se foge desta novela. Mais de dez pré-candidatos a alcaide e centenas a edil.
Algumas caras novas e outras bastante conhecidas, claro que gostaria de ver uma cara novíssima e capaz, mas como na última eleição eu quebrei a cara, ao apostar no candidato que fez pelo menos uma coisa, o feijão com arroz há quatros anos atrás, fico agora com a barba de molho, só vou decidir no último minuto do segundo tempo, após uma avaliação extenuante e criteriosa dos pretensos candidatos.
Companheira corajosa a professora Carmelita, ao decidir se lançar a pré-candidata a prefeita ou prefeito, aí as discussões dos professores da língua portuguesa vão decidir como chamá-la, da cidade de Ilhéus.
Caso seja eleita vai ser um fato inédito nas terras onde os coronéis não aceitavam a presença feminina nas lides política.
Mas as dificuldades que a nossa professora vai enfrentar são muitas, a começar na “união” que reina no seu partido, com seus grupos internos manifestando amor eterno às idéias do partidão e cada um querendo derrubar os seus desafetos.
Mas a dificuldade maior e que se apresenta como um desafio difícil de ser ultrapassado é ser apoiada pelo nosso alcaide e sua turma, aí sim a companheira vai ter pela frente uma batalha dos tempos das cruzadas, afinal, ela é católica atuante e terá de pedir forças ao Altíssimo para agüentar o tranco.
Sair candidata apoiada por um governo com uma rejeição espetacular e que nada fez pela cidade, realmente é um senhor desafio e, caso venha ser eleita, devemos tirar o chapéu e apoiá-la pela vitória contra tudo e todos.
No meio dessa confusão pode ser que apareça mais que de repente a figura do galego lá de Ondina e resolva em poucos dias encher esta cidade com um grande canteiro de obras – ponte, rodovia Ilhéus/Itabuna, ZPE, Intermodal, aeroporto, asfaltamento de todas as ruas, shopping céu aberto, investimento e apoio ao pólo de informática, revitalização do Hospital São José e até, pasmem, o funcionamento do DPT.
Se todos esses milagres vierem a acontecer, aí sim, a companheira CARMELITA irá cair nas mãos da galera, mesmo tendo ao seu lado uma mala pesada de carregar.
ZÉCARLOS JUNIOR