A minha relação de amor e ódio com um pré-candidato a prefeito de Ilhéus vem dos tempos da antiga companhia de ônibus Sulba.
A Sulba, entre outras linhas, fazia o percurso Ilhéus/Itabuna.
Naqueles tempos de 1968, fui admitido na CEPLAC, através de concurso público, e passei a fazer parte do seu quadro de pessoal, saindo 32 anos depois.
Lembro-me perfeitamente que os funcionários que moravam em Ilhéus ficavam à beira da estrada, no Cepec, esperando o buzu da Sulba, muito embora algumas servidoras de mais prestígio utilizassem o veículo rural preta, motivo de ciúmes por parte de quem não tinha esta regalia.
Lembro-me também que um vizinho da aprazível Sapetinga, também utilizava este meio de transporte e, se não me engano, era funcionário da própria empresa.
Lembro-me também que ele sempre estava lendo um livro durante o percurso.
Lembro-me também que tive a ousadia de barrar este dito vizinho nos babas que os moradores faziam no antigo campo de futebol onde hoje funciona o Colégio Militar.
Lembro-me também que ele jogava uma bola redondinha, mas não tinha a freqüência necessária e quando aparecia queria por queria jogar, naquele tempo eu era meio marrento e fazia oposição a sua escalação, coisa própria dos bastidores dos babas, do tradicional par ou impar para escolher o time.
Lembro-me também do seu inesquecível pai e meu vizinho, seu Zé Ribeiro, um cidadão de uma ética, de uma honestidade, de um comportamento que fazia que todos os seus funcionários, amigos e vizinhos o respeitassem.

Seu Zé Ribeiro, competente e dedicado funcionário da Sulba, prestou relevantes serviços à companhia, notadamente quando a garagem/oficina da empresa funcionava aqui no Pontal, na Rua Treze de Maio.
Não contei quantas vezes presenciei seu Zé Ribeiro embaixo das carrocerias dos ônibus realizando algum tipo de manutenção, realmente um funcionário extremamente dedicado à empresa e por extensão à causa pública, pois fazia de um tudo para que os ônibus funcionassem sem problemas mecânicos.
É com muita alegria que escrevo algo a respeito de seu Zé Ribeiro, meu parente como ele gostava de chamar as pessoas e dos bate papos no bar de Leleco, quando ele bebericava uns goles de cerveja e contava estórias da sua vida.
Passando de coisa séria para os dias de hoje e da política, mais uma vez seu filho está candidato a prefeito do município de Ilhéus.
Sinceramente não gostaria que o pré candidato viesse a reeditar o seu último desastrado mandato, que proporcionou que um cidadão aloucado lá das minas gerais viesse a querer destruir a nossa cidade e em seqüência o seu vice pra completar o trabalho.
Na oportunidade lembro que a sua rejeição na época era a mesma do atual alcaide e ainda por cima cometeu um ato desumano deliberado ao lançar um professor honrado no meio das feras para ser terrivelmente trucidado.
O professor Soane Nazaré não merecia receber um tratamento tão desrespeitoso, principalmente pela sua qualidade de homem, de educador, de ética, de honradez.
Mas a vida é assim, entrou no meio político é pra se melar.
Mas o homem está aí de volta e os seus fanáticos discípulos já fizeram até cantiga, aproveitando a melodia de uma canção da igreja católica muito cantada nas procissões:
Quando Jabinho passar.
Quando Jabinho voltar.
Quando Jabinho chegar.
Eu quero estar no meu lugar.
É isso aí, a vida dá muitas voltas, vamos ver o que vai nos aprontar dessa vez.

ZÉCARLOS JUNIOR

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Foto ilustrativa copiada da internet