:: 5/fev/2013 . 11:08
A Poesia Espiritual de Alfredo Pérez Alencart
Cyro de Mattos
O poeta Alfredo Pérez Alencart nasceu em Puerto Maldonado, Peru (1962), mas está radicado há anos em Salamanca, Espanha, onde é professor universitário desde 1987. Tradutor e ensaísta. Membro da Academia Castelhana e Leonesa da Poesia. Recebeu, pelo conjunto da obra, o Prêmio Internacional de Poesia Medalha Vicente Gerbasi, do Círculo de Escritores de Venezuela, e o Prêmio de Poesia Juan Baños, de Valadoli. .
Como poeta publicou La voluntad enhechizada (2001), Madre selva (2002), Ofrendas al tercer hijo de Amparo Bidon (2003), Pájaros bajo la piel del alma (2006), Hombres trabajando (2007), Cristo del alma (2009), Estación de las tormentas (2009), Savia de las Antípodas ( 2009), Aquí hago justitia (2010) e Cartografia de las revelaciones (2011). Sua poesía tem sido traduzida para o portugués, alemão, inglês, russo, italiano, francês e outros idiomas.
Teve publicado no Brasil, em 2011, o livro Cristo da alma (1), com tradução e prefácio de Cláudio Aguiar, posfácio de Carlos Nejar. A obra é dividida em duas partes. A primeira, Tenho Deus, compõe-se de Em Nome do Filho, Em Nome do Pai e Em Nome do Espírito. A segunda, Cristãos de Todos os Lugares, compõe-se de Ocupação do Reino e Certificando a Partida. No final do livro há um poema no qual o poeta adverte: “Havia que disolver toda mazela/ enaltecida às vãs soberbas/ou sobre máscaras cheias de impiedade”.
Na primeira parte como na segunda o poeta utiliza dez versos para cada poema. A linguagem arma-se de metáforas, entonação bíblica, reflexões e alusões para a abordagem do tema suscitado: a corrente do existir em Cristo pulsando na alma ante a precária realidade da humanidade, A dicção poderosa que emerge desses poemas de forte fulguração espiritual é formada de versos agudos, alguns com a feição de versículos, para expressar com firmeza as tramas do mistério e seus unânimes exemplos, numa travessia capaz de sangrar pela abundância do caos.
A esculhambação brasileira e a Região Cacaueira
Na China, que nos foi passada como ditadura, o governo negociou e pagou o valor acordado antes de desalojar os seus cidadãos.
Aqui, agricultores, com título de propriedade, são desalojados via Funai, sem direito a negociação ou, ao menos, um cala-boca, a fim de recomeçarem a vida. Como nem a ditadura é assim, aqui é a esculhambação que regulamenta o convívio social.
É a mesma esculhambação que vemos na saúde, na segurança, na educação e na administração pública, e que nos governa há muito. O resultado, palpável, é um mercado de trabalho onde as atuais profissões de futuro estão no narcotráfico, na prostituição e no serviço público.
A região cacaueira, consolidada sócio e economicamente, tem em uma das suas maiores características a preservação do meio ambiente; assim, encravada no bioma da Mata Atlântica, concilia a fome com a vontade de comer, gerando, através dos eternos plantios de cacau, emprego e renda a mais de 100.000 trabalhadores, fixando o homem no campo e o distanciando da miséria e da pobreza.
A criação de uma nova reserva com mais de 25.000ha de terras na bacia do rio Almada, sobreposta em área de roças de cacau em nossa região, secular em todo esse processo, denuncia um desequilíbrio ideológico de interesses escusos, que andam na contramão do desenvolvimento desta região e deste país. É a nova esculhambação na nossa região.
Ganhar o Complexo Intermodal, a nova ponte para Ilhéus e a duplicação da BA 415, e perder terras num processo fraudulento da Funai, somando mais de 70.000ha, para ONGS internacionais, desalojando 100.000 pessoas, lançando-as em um mercado que exigirá mão de obra qualificada de quem só sabe plantar e colher, são políticas antagônicas, inconcebíveis, é o genocídio do Pequeno Agricultor em nossa região. A tal esculhambação.
Um dia aprender-se á que, sem competencia, o mundo castiga sem perdoar; que governar com incapacidade leva, inexoravelmente, a esculhambação administrativa; que isso cansa e pode se desdobrar de forma perigosa para a ordem pública.
Aos que assumiram acordos políticos e vendem novos sonhos; que estejam comprometidos com a solução rápida destes movimentos escabrosos de vícios irrefutáveis.
Estas são as minhas convicções
Luiz Henrique Uaquim
Sol da Bahia Esquentando o Inverno Londrino
Pintura a têmpera sobre tela do artista ilheense G. Albagli ( 2007, 80x90cm), integrando a coleção da Lady R. Al Rassasse de Chelsea.
Em Março 2013, o artista inaugurará uma nova exposição em Ilhéus:”Personagens de Jorge Amado”, dez telas de grande formato, a óleo sobre tela, em espaço ainda a ser definido, organizada pelo jovem curador grapiúna Rafael Pita.
Heckel Januário em: UM PAPO DE DOIS CARAS MAGNÍFICOS
Ao artigo do historiador Cláudio Zumaeta “É pela Cultura que a Educação começa” de janeiro(19/20) no Diário de Ilhéus, não pude deixar de meter o bedelho e logo encaixar um sulbaiano, ou melhor, um cara lá da terrinha natal, puxando como se diz, ainda mais a brasa para a sardinha.
Fundado em trechos do livro “Canto de Amor e Ódio a Itabuna” de Telmo Padilha, o texto é um educativo e instigante diálogo a respeito da Educação e da Cultura entre, como muito bem qualifica o articulista, dois gigantes da literatura: o próprio autor e Adonias Filho.
Não se divergem em nenhum momento. Reconhecem a grande importância da Educação, em especial da universitária, mas são unânimes na conclusão que a Cultura a suplante, aliás, é esta supremacia da Cultura sobre a Educação a síntese da conversa.
Embora o raciocínio com clareza e precisão dos dois escritores concorde que a Educação é uma auxiliadora da Cultura, e deste modo estariam sempre interligadas, têm em conta também que às vezes esta independe da outra, citando num dos exemplos como reforço, que Shakespeare e Dostoievski não precisaram de universidade para escrever “Otelo” e “Crime e Castigo”, e sendo assim, que a Literatura, como uma criadora por excelência, sobrepõe-se à escolaridade, “transcendendo-a” e “superando-a”. Mas por outro lado são cônscios que “…radicais defensores da escolaridade oficial” não admitem de forma alguma “…O conhecimento geral, humanístico, conquistado ‘solitariamente’…” de quem não quis ou não pôde cursar uma universidade. Para esses imoderados a capacitação originada do autodidatismo e do dom não existe, a prova só pode ser única: o diploma universitário. Incongruência contraposta com a ilustração que “Em literatura e arte seriam autodidatas Luis de Camões, Dante, Dostoievski, Tolstoi, Gorki, Maiakovsky, Lorca, Picasso, Salvador Dali…”, bem como o nosso Machado de Assis que “nem precisou nem mesmo frequentar o curso primário”, e mais Van Gogh, e Pasteur na ciência.
lhéus vai ganhar nova unidade do Senai
O Município de Ilhéus ganhará novos centros de tecnologia e de formação profissional do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), entidade vinculada ao Sistema Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb). A nova unidade terá cerca de 4 mil metros quadrados de área construída, em um espaço de quase 100 hectares de extensão, na rodovia Ilhéus/Itabuna (BR-415).
A notícia foi confirmada ao vice-prefeito e secretário de Indústria e Comércio, Carlos Machado (Cacá) pelos gerentes Regional, Jurandir Hendler, e da Área de Microeletrônica e Eletrônica Embarcada, Yan Pedreira, do Senai, em reunião, na semana passada, na sede da Superintendência de Desenvolvimento Industrial e Comercial (Sudic). Também participaram do encontro o gerente regional do Sudic, Maurício Viana e o consultor em gestão empresarial da Comin, Sílvio Correia.