BAR DO LELECO
Aurelino Abílio Amaral – o nosso eterno amigo Leleco.
Este velho lobo do mar não nasceu em Ilhéus, veio lá das bandas de Cairú, Valença, Gamboa, Camamu e o mar lhe deixou aqui nas praias do Pontal, onde fincou âncora e aqui fez história. Grande vascaíno.
Neste Pontal, pedaço de Ilhéus, berço de grandes homens (Alciato, Juca Pinto, David Maia, Seu Figueirêdo, Lino Cardoso, Zilson Bittencourt, Laudelino Mendonça, Dr. Galo, Ricardinho, Dr. Butilin), o velho Leleco veio se juntar.
Meu amigo Leleco foi um homem que considero como uma das melhores pessoas que conheci, leal, honesto, companheiro, alma boa, totalmente voltada para o bem e dedicou a sua vida a fazer amizades, sua marca registrada e que jamais esquecerei.
Há 43 anos que vivo aqui na Sapetinga e já encontrei a barraquinha de Leleco funcionando, com seus tira gostos improvisados, cachaça na folha (a nobre folha podre) e também a tradicional cerveja.
Os anos foram passando e a barraca se transformou num bar de tijolos e alvenaria, palco de inúmeras e homéricas farras, pois todo comedor de água da nossa cidade por ali passava e era batizado com o especial tira-gosto de nome “Pão da Tarde”, quem conheceu este prato especial sabe do seu sabor.
Nesse palco iluminado vários artistas se apresentaram e foram muito aplaudidos e marcaram época (Zé Pacheco, Bonfim Vermelho, Melses, Nélson Moreira, Seu Zé Ribeiro, Titonho, Bruno, Basiléu, Cascobréu, Agenor, Carrapatinho, Dr. Butilin, Alciato, Lino Cardoso, Paulo Mota, Jayrão, Temistócles Andrade, Carlinhos Espanta Del Rei, Virgílio Andrade, Geraldão, Paulo Mendonça, Raimundo Moreira. Antonio Horácio), todos no andar de cima.
Seguindo esta trilha de sucesso vieram Zécarlos Junior, Paulo Gago, Zécarlos Maltez, Lininho Cardoso, Zécarlos Tavares, Délio Santiago, Armandinho, Tonca, João Lavigne, Pacheco da Ceplac, Paulo Medauar, Paulo Machado, Luiz Gama, Francino, Martoni
Café, Rui Tatu, Isaac Albagli, Ricardo Machado, Antonio Madureira, Dr. Lacrose, Dimas, Caboclo Gil, Paulo Moreira, Brazinha, Ernesto Simões, os irmãos Paraíso, Ernani Del Rei, Fernando Andrade, Zécarlos Prates, Mamau, Telo, João Aníbal, Dermeval PT, Gil Badaró, João Correia, Fausto Fontes, Luizão da Ceplac, Bené, Lauro e muitos e muitos artistas/comedores de água que fizeram piseiro na área.
No espaço do Bar do Leleco foram realizadas várias festas na Sapetinga, como as gincanas de siri e gincanas do bairro, com a participação da criançada e que hoje são médicos, dentistas, advogados e empresários em nossa cidade.
E a famosa “casa de passagem” construída pelo freqüentador assíduo Jayrão, para abrigar o amigo Cunegunes “o Bruno”, seu assessor especial e segurança de sua casa.
Com a partida do velho Leleco, o bar passou a ser administrado pelo seu filho Amaral, que até o seu fechamento, fez de um tudo para manter a velha tradição do local, tendo ao seu lado a gerente Juliana e os garçons Tartaruga e Ódio.
Os nossos carnavais com o bloco “As viuvinhas de Leleco” e os torneios de dominó ficam definitivamente na memória de seus componentes.
Neste início da primavera o bar encerrou suas atividades, de forma melancólica, em silêncio e deixando para trás uma rica história de farras, bebedeiras, dominó, pauzinho, robalinho frito, caranguejo, pinga, cerveja e amizades, claro que existiram alguns entreveros, mas nada que viesse a óbito.
É mais uma parte da história do Pontal e da Sapetinga que ficará registrada nos arquivos e que traz grandes recordações a quem conviveu com o ambiente saudável do Bar do Leleco.
Comer água é um prazer que alguns não compartilham, outros ficam impregnados, outros não resistem, mas a estória é pródiga com essa turma que gosta de sorver a pinga marvada e lavar a serpentina com uma gelada, como diz meu amigo Lininho Cardoso “o melhor da viagem é a demora” e “barco à deriva só bem carregado”.
Acabou a história do Bar do Leleco, mil casos têm-se a contar, brigas, separação de casais, bebedeiras, mas, também uma imensa e saudável lembrança de um tempo que se passou e marcou a vida de muita gente.
ZÉCARLOS JUNIOR
Maravilha de matéria, Zé Carlos. Só achei uma pena ter esquecido de colocar entre todos o nome do meu velho (Sálvio Galvão – Chau), mais antigo e presente do que muitos dos citados !!!!
Forte abraço.
Uma pena que perdemos a nossa referência de brindarmos com os amigos no saudoso BAR DO LELECO; fico bastante triste com o seu fechamento, o bairro SAPETINGA irá perder bastante.
Grande amigo Zé Carlos
Justíssima homenagem. Conheci o Sr. Leleco, desde os tempos de outrora, quando morava aqui, próximo da Rua Hermínio Ramos, mais precisamente na Rua Américo Barreiras. Sempre muito dedicado em tudo que fez. Sua reverência/homenagem, é um gesto de carinho, amizade e de reconhecimento por este saudoso homem que tanto honrou seus clientes e amigos.
O fechamento deste estabelecimento, que vinha sendo explorado por seu filho, continuava com a marca da representação de um povo, sempre disposto, a brindar com alegria a beleza deste lugar, principalmente com o seu pôr do sol, conhecido no mundo inteiro via internet, e agora esse povo se ver, pelo menos por um tempo, desprovido de parte do seu dia a dia.
Esperamos, que tudo corra numa direção, para que este loteamento, com o fechamento deste ponto tão agradável, com algo mais que super importante, pelo menos amenizar a perda, e que fique somente a saudade.
Aproveito para agradecer ao amigo, pela homenagem ao meu saudoso pai,Laudelino Rezende Mendonça, como um dos homens deste bairro do Pontal, que tanto lutou, para seu desenvolvimento, junto aos demais. Foi uma pena que teve vida curta. Mas, esperamos que tudo se resuma em progresso.
Parabéns pela matéria
Um abraço
Rezende
Infelizmente tudo na vida tem um fim. Mas nunca cairá no esquecimento um passado cheio de histórias bonitas e marcantes. Curti muito o bar do Leleco e grandes momentos vivi junto com meu pai Fausto e minha mãe Suzana, bem como meus irmãos,degustando aquele saboroso caranguejo e delicioso caldo de sururu.
Deixo registrado minha passagem por esse bar.
Rodrigo Fontes
Zé Carlos Jr,
Gostei do texto, e muito mais da lembrança em homenagear este “bar” ou seria cabana, a minha família foi a primeira a morar na Sapetinga, e eu e Miguel frequentamos algumas vezes o Bar e Leleco. Pois com a construção do fórum fomos forçados a sair a garagem da Sulba para que fosse iniciada a construção.
Abraço,
Ernani Midlej
Oh Zé Carlos que grande emoção ler sua homenagem falando de cada um que passou por esse bar e os que já estão no andar de cima.Com muita alegria te agradeço pela homenagem.Pios só que conheçe o “BAR DO LELECO” Vai saber o que ficou na história e o que ficou na saudades “GRANDE ZÉ CARLOS JUNIOR” PARABÉNS VC MERECE.
O Bar do Leleco sempre foi parte integrante da minha vida, não cansava de escutar da minha mãe: “Dimitri vai ver se seu pai (Temi) tá lá em Leleco!!” Leleco chamava Roberta (minha irmã) de “minha vó” e quando chegávamos lá, (quase todos os dias da semana) ele estava lá, sempre nos esperando com aquele sorriso amigo, como um verdadeiro avô. Excelente matéria que Zé Carlos nos presenteia. O BAR DO LELECO entra para a história, para nunca mais sair, principalmente para aqueles que tiveram a honra de presenciar o encanto que foi o seu principal personagem e todos os artistas que lá passaram e que vão permear por toda minha imaginação até a eternidade. Que pena que não está funcionando fisicamente, mas na minha vida e memória sempre existirá.
Nossa, linda homenagem. Quando criança ia td final de semana com meu pai, luiz duarte. Leleco me chamava de minha vo e parava td pra ir fritar meu robalinho
Felicitações Zé Carlos, muito proprio o seu comentario, felizmente o que é bom dura pouco, mas a marca esta registrada. ou bem dizer
O HOMEM PASSA AS ARTES FICAM
O saudoso Aurelino Abilio foi uma pessoa impar de eterna e extrema ternura como até hj. comentamos, o importante é que a semente foi plantada e dali surgiu muitas amizades boas.
Companheiro zé carlos,
Parabéns pela matéria, quando nada fica o registro para a história do nosso bairro e da nossa cidade. O bar de leleco era tudo que você falou e mais alguma coisa, pois desempenhava uma função cultural muito importante para ilhéus.
Paulo Machado
Olá Zé carlos,
A minha vinda a ilheus em 1988 com poucas amizades como recém chegado a cidade naturalmente nos sentimos como um peixe fora dá`gua, passei a frequentar o bar do leleco, neste caso ajudando amaral no balcão atendendo a todos que por ali passavam, foi ai que conheci muitas pessoas boas que ainda aqui estão e infelizmente as que já se foram, quero dizer que lá foi onde comecei a ter conhecimentos com pessoas e naturalmente passando a me sentir em casa. lembranças, lembranças e lembranças misturada com saudades, é o que fica na minha memória.
parabéns pela matéria José Carlos.
sou o cunhado de Amaral. abraços. João M. Querino.