OMS defende novo aumento dos impostos sobre o cigarro
Medida pode salvar 11 milhões de vidas
Dia 31 de maio é comemorado o Dia Mundial sem Tabaco. O projeto, idealizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), tem como objetivo alertar sobre os riscos do tabagismo à saúde e também defender políticas que busquem conscientizar as gerações presentes e futuras sobre as consequências dos danos causados pelo fumo.
O motivo de tanta preocupação com o mau hábito é que ele está diretamente associado ao câncer de pulmão, o mais comum de todos os tumores malignos, sendo que sua incidência mundial já apresenta um aumento de 2% anuais.
Neste ano, a Organização tenta chamar a atenção das autoridade com seu novo estudo, que revela que 11 milhões de vidas seriam salvas nos próximos três anos se houvesse um aumento de 50% dos impostos sobre o tabaco. Segundo a pesquisa, as consequências positivas da medida seriam imediatas, uma vez que com um aumento de apenas 10% dos impostos, já se conseguiria reduzir em 4% os fumadores em países ricos, e até 5% nos países mais pobres.
A proposta tem como maior objetivo afetar as pessoas com renda baixa, principalmente entre os jovens, nos quais o consumo poderia cair até 3 vezes mais rápido do que entre a população adulta. Dados apontam que ao subir o preço em 10%, as vendas de tabaco a adolescentes caem em até 18%.
Além do peso no bolso do consumidor, o aumento dos impostos traria grandes benefícios para o governo, que poderia aumentar o orçamento para combater algumas doenças diretamente relacionadas ao tabagismo, como as cardiovasculares e o próprio câncer de pulmão, ajudando na prevenção e diminuição no número de óbitos causados pela substância. Além disso, haveria uma economia para o Estado decorrente da queda de gastos com tratamento, já que o número de pessoas doentes pelo cigarro diminuiria.
Segundo a OMS, estima-se que uma pessoa morra atualmente a cada seis segundos devido ao uso do tabaco, que pode matar até metade dos seus usuários. Entre os casos fatais, 600 mil são não-fumantes, que perdem a vida por respirar a fumaça, que contém mais de 4.720 substâncias tóxicas.
O fumo é tido pela Organização como a principal causa de mortes evitáveis no mundo, sendo que, se nenhuma ação for tomada, ele matará mais de 8 milhões de pessoas por ano até 2030. Mais de 80% das vítimas será dos países de rendas baixa e média.
No Brasil, os impostos sobre cigarros subiram 116% (acima da inflação) entre o final de 2006 e 2013, fazendo com que a venda no país sofresse uma queda de 32% no período e o número de fumantes diminuísse 28% nos últimos oito anos.
Segundo o Instituto Nacional de Câncer José de Alencar Gomes da Silva (INCA), entre 1989 e 2010, as políticas públicas para a redução do tabagismo no Brasil resultaram em uma diminuição de quase 50% da prevalência de fumantes, sendo que o aumento de preços dos cigarros respondeu por quase metade dessa diminuição, o que evitou cerca de 420 mil mortes.
Altamente letal, só no Brasil, o câncer de pulmão foi responsável por aproximadamente 23 mil óbitos em 2011, sendo considerado uma das principais causas de mortes no país. Em 90% dos casos diagnosticados, a doença está associada diretamente ao consumo de derivados de tabaco. Comparados com os não fumantes, os usuários têm cerca de 20 a 30 vezes mais risco de desenvolver um tumor malígno no órgão.
Segundo a oncologista e pesquisadora clínica do INSTITUTO DE CÂNCER DE BRASÍLIA – ICB, Dra. Junia Thirza Gehrke, a boa notícia é que parar de fumar, a longo prazo, pode diminuir drasticamente o índice de câncer pulmonar. “Quando a pessoa deixa de ser fumante, a partir de cinco anos, ela diminui o risco de doenças cardiovasculares, infartos e derrames. Após dez anos, o risco de câncer de pulmão cai para quase o mesmo de uma pessoa que nunca fumou”, revela. A constatação reafirma a importância da reversão do alto número de tabagistas pelo mundo.
Segundo o INCA, está comprovado que o cigarro é responsável por:
200 mil mortes por ano no Brasil (23 pessoas por hora);
25% das mortes causadas por doença coronariana – angina e infarto do miocárdio;
45% das mortes por infarto agudo do miocárdio na faixa etária abaixo de 65 anos;
85% das mortes causadas por bronquite crônica e enfisema pulmonar (doença pulmonar obstrutiva crônica);
90% dos casos de câncer no pulmão (entre os 10% restantes, 1/3 é de fumantes passivos);
25% das doenças vasculares (entre elas, derrame cerebral).
30% das mortes decorrentes de outros tipos de câncer (de boca, laringe, faringe, esôfago, estômago, pâncreas, fígado, rim, bexiga, colo de útero, leucemia);
Além dos problemas citados, outras doenças importantes estão relacionadas ao tabagismo. São elas:
hipertensão arterial;
aneurismas arteriais;
úlcera do aparelho digestivo;
infecções respiratórias;
trombose vascular;
osteoporose;
catarata;
impotência sexual no homem;
infertilidade na mulher;
menopausa precoce;
complicações na gravidez.
Tomara que suba 100%, ou melhor, 200%. Na verdade eu gostaria que subisse 1.000%, pois assim um amigo meu talvez tomasse vergonha e parasse de fumar. rs
Na verdade isso só ajuda a aumentar o tráfico de cigarros ilegais, pra matar os pobres mais rápido com veneno de rato.