APRAG ALERTA – Seis regiões brasileiras registram casos de meningite transmitida por caramujos e roedores
Sérgio Bocalini*
Larvas ingeridas entram em contato com as meninges e podem evoluir para infecção em camada mais interna do cérebro. Especialista dá dicas para consumo de hortaliças e fala de cuidado com crianças pequenas
Um levantamento realizado pela revista científica Memórias do Instituto Oswaldso Cruz mostra que desde 2006 foram registrados 34 diagnósticos de pessoas contaminadas com meningite eosinofílica, causada por um parasita, o Angiostrongylus cantonensis. O crescimento ocorreu em regiões costeiras, como Bahia, Espírito Santo, Pernambuco, Rio de Janeiro e São Paulo, onde foram encontradas amostras de moluscos e ratos infectados pelo verme.
O estudo aponta que o Caramujo Gigante Africano é o vetor mais frequente do verme cantonensis no Brasil. Os caramujos ingerem fezes de roedores contaminadas com as larvas do verme. E ao se locomovem, liberam um muco, que também contém larvas. A ingestão deste muco pode infectar os humanos, que consomem legumes, verduras, e frutas mal lavados, por exemplo.
Acompanhe as dicas do biólogo e especialista em entomologia urbana, Sérgio Bocalini, vice-presidente executivo da Associação dos Controladores e Vetores de Pragas Urbanas (APRAG) de como evitar o contato com esta espécia de molusco, que virou praga no País:
Como controlar caramujos gigantes?
Você precisa ficar preocupado, pois se o caramujo que você esta encontrando for o caramujo africano, ele alem de trazer prejuízos à agricultura é vetor de várias doenças.
Sugerimos que antes de mais nada, que você entre em contato com a Sucen da sua região, pedindo uma orientação e relatando suas preocupações.
Se você não conseguir ajuda das autoridades, e caso queira fazer uma frente de combate, sugerimos seguir as instruções da Comissão Interinstitucional para o Ordenamento e Normatização da criação da Espécie Exótica Achatina fulica, abaixo:
1. Em hipótese alguma, moluscos capturados no ambiente podem ser comidos ou criados.
- Encontrando moluscos e/ou ovos em sua casa, capture-os com as mãos protegidas por um saco plástico ou luva.
- Capturar os moluscos no crepúsculo e/ou dias nublados e chuvosos, pois saem de seus abrigos em maior número.
- Destruir os moluscos encontrados no peridomicílio e em terrenos baldios colocando-os em um balde com água e bastante sal de cozinha (NaCl) até não apresentarem qualquer sinal de movimento. Quebrar as conchas para que a água da chuva não fique nelas empossada e, posteriormente, enterrar ou por no lixo.
- Os ovos, pequenos, de cor clara e duros, devem ser destruídos por fervura em água antes de colocá-los no lixo.
- Evitar manusear outras espécies de moluscos como lesmas e caracóis de jardim, pois podem ser, também, hospedeiros de Angiostrongilíase, principalmente em ambientes contaminados e com presença de roedores.
- Lavar cuidadosamente e desinfetar com solução clorada todas as hortaliças folhosas que serão consumidas cruas.
- Manter quintais, jardins e terrenos limpos e livres de entulho e lixo.
Sérgio Bocalini – Vice-presidente executivo da APRAG – Associação dos Controladores e Vetores de Pragas Urbanas. É Biólogo, Especialista em Entomologia Urbana – UNESP / Rio Claro, Mestrando em Saúde Pública FSP / USP, Gestor de Relações Institucionais FEPRAG, Conselheiro AEAPRAG, Coordenador GT / CFBio, além de Professor Universitário da UNG e Consultor Ambiental.























































