Ir.’. Leonardo Garcia Diniz

Recriar algo a partir do que já existe, remodelar, redescobrir, reencantar, revalorizar.

Milenar instituição, perene, crê-se eterna, a Maçonaria é instituição verdadeira e relevante ao bom cimentar da sociedade, pátria e família; prima ela, em seus Templos espalhados por sobre toda a Terra, pelo predicado da verdade e da ética.

Sofre a Maçonaria, neste princípio de 3° milênio, de “INDIFERENÇA”, uma espécie de sonolência/vazio, provocado por um mau que atingiu a sociedade como um todo e que em sendo nós, parcela dessa mesma sociedade, fomos, por osmose, infectados.

A “INDIFERENÇA”, novo padrão de “achaque social”, incita na sociedade um profundo desinteresse pelo coletivo e a faz mirar/atirar no individualismo. Este padrão comportamental, desinteressado, voltado ao irracional, comum de todos, gera este profundo descontentamento social vivenciado nos dias de hoje e, ainda, foi este sentimento que acirrando um novo modelo de comportamento social (mundial) fez a Maçonaria se afastar das ruas trancando-se em seus Templos; Políticos da pior qualidade, Judiciário como alvo de graves denuncias e, pior, Juízes comprovadamente envolvidos com o crime organizado e praticando delitos dos mais variados quilates, nepotismos, mensalões, comportamentos que enlameiam de Presidentes a pequenos funcionários de correios, estão afastando/tirando-nos o sentido da moral e da razão.

A sociedade perplexa com o bagunçar dos poderes constituídos, afastados da educação, saúde e ou segurança, vem, paulatinamente, ao longo dos anos, se transformado em meros expectadores; e nós, a reboque, como parte dessa mesma sociedade onde nossas famílias vivem, estamos em silencio; infectamos-nos e, em vista disso, febris, voltamos-nos para o nosso interior, deixamos de interagir e de gerar opiniões voltadas aos interesses sociais de nossa população.

REINVENTAR!,… é necessário!,… precisamos reinventar a Maçonaria!

A milenar e imutável Maçonaria deve voltar aos trilhos originais e atuar explicitamente/essencialmente como força de equilíbrio social; Houve um tempo onde a Maçonaria era a única ordem a primar pela igualdade, liberdade e fraternidade e, por isso, se fez respeitável, mística e espiritualizada. Hoje nos comportamos apenas como obreiros de uma grande oficina, “mecânicos de motores”, contribuindo exclusivamente para que a nossa “máquina” continue a andar; mas, precisamos atentar para isso e atender/socorrer, com urgência, os “motores sociais” que estão enguiçados a beira do caminho, pois, caso contrário, em breve a nossa bem azeitada maquina não conseguirá mais trafegar (as ruas estarão lotadas de maquinas velhas e quebradas).

Nossas lojas, todas por onde passei, possuem obreiros em diferentes estágios de descontentamento, todos os discursos imploram por maior interação, maior compromisso, maior “bom combate” e, também, maior apoio aos anseios da população ordeira; e, creio eu que, aquele “Grão Mestre”, Venerável e ou autoridades maçônicas que trocarem a segurança de suas posições e se disporem a virar vozes desses anseios, será espelho, trará pacificação/união/orgulho a todos os descendentes de Hiram Abi e um absoluto respeito da sociedade.

Olhemos, pois, todos nós, irmãos, com sabedoria, para a nossa imagem…

Passam-se os anos, séculos se sucedem, mudam os tempos, mudam as vestimentas e suas cores, mas, precisamos cultivar valores “essenciais” (valores que nos levaram à Maçonaria) que existem dentro de nós; elas, as sementes dos “bons costumes”, estão lá, em algum lugar, são sementes que dignificam e dá equilíbrio a ARTE REAL.

Pensemos, pois…

Leonardo Garcia Diniz
M.’. M.’. A\R\L\S Vigilância e Resistência n° 70 – Or.’. Ilhéus (BA)