MACONHA
Nas eleições de 2014, temos visto candidatos de diversos partidos defendendo a descriminalização do uso da maconha. Ao assim proceder, tais candidatos tornam-se simpáticos aos usuários e colocam sobre si uma aura de libertários, muito bem aceita por parte de nossa sociedade.
No extremo oposto, as pessoas e candidatos que se assumem contra a liberação da maconha são vistas como retrógradas, caretas, antigas e outros adjetivos do mesmo gênero.
Não é verdade que a maconha é a porta de entrada para o mundo das drogas. A verdadeira porta para entrarmos neste mundo é a bebida alcoólica, que é oferecida para nós por nossos parentes, dentro de nossas casas. Mas a Maconha é sim a porta de entrada no mundo das drogas ilícitas. São o primeiro passo para romper de fato com a legalidade, em nome do prazer oferecido pelo uso da droga.
A maconha, diga-se, não é uma droga “boazinha”, nem inofensiva, nem de pouco potencial viciante. Estudos sérios, conduzidos com incontestável rigor científico por universidades renomadas, demonstram que a maconha provoca sérios malefícios, sobretudo se consumida ainda na adolescência, e que conduz à perda de parte da capacidade de memória, de concentração, do raciocínio lógico e à redução do coeficiente de inteligência, em relação a não usuários.
Além disso, pessoas que usam maconha com regularidade têm mais chances de tornarem-se depressivas e de desenvolverem esquizofrenia, uma grave patologia psiquiátrica.
Por fim, é quase um consenso que não se sai direto da bebida alcoólica para drogas como a cocaína, heroína ou crack. Somente se busca estas últimas quando a maconha já não está mais proporcionando os prazeres aos quais seus usuários se subordinaram.
Por tudo isso, embora não seja simpático, nem moderninho, faz-se necessário desmascarar o discurso positivo em favor da maconha, colocando-a em seu devido lugar: Uma droga com potencial destrutivo, tanto orgânico quanto social, que por isso mesmo deve ser mantida na ilegalidade.
Finalmente, muitos perguntam: Por que, então, a bebida alcoólica é liberada?
Na verdade, não deveria ser. Mas as experiências de tentar banir o uso do álcool, como a que ocorreu nos Estados Unidos, na Década de 1920, com a Lei Seca, mostraram-se tão desastrosas que o álcool se consolidou como droga tolerada pelas leis.
A este respeito entendo que, se não podemos banir o álcool e o tabagismo, já deveríamos há muito tempo ter proibido no Brasil, por meio de lei federal, todo e qualquer tipo de propaganda relacionada ao seu uso.
Assim, quem quiser fumar e beber que o faça! Porém não se deve incentivar social e culturalmente este comportamento, que é exatamente o que a publicidade faz.
Na vida devemos incentivar que sejam copiadas e assumidas as nossas qualidades, os nossos acertos, aquelas coisas que deram bons frutos, bons resultados sociais.
Não se trata de hipocrisia. É que ninguém precisa nos ensinar a fazer o que não presta – pois isto já nascemos sabendo – devido aos nossos defeitos, às nossas falhas de caráter, às nossas fraquezas humanas.
Simplesmente, chega um momento em que compreendemos que é bem melhor deixarmos para o mundo nossos acertos e qualidades, do que o terrível legado dos nossos erros e defeitos.
Julio Cezar de Oliveira Gomes
Graduado em História e em Direito, ambos pela UESC – Universidade Estadual de Santa Cruz