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GORDAS E MAGRAS

Quando era jovem, nas décadas de 1980 e 90, era bastante comum ver uma moça rica, prendada, com bons estudos e boas roupas, porém gordinha e desajeitada. Com um lindo rosto de juvenil, mas com o corpo desalinhado pela obesidade.

Em contrapartida, a empregada que trabalhava na mesma casa da moça descrita acima, era pobre, vestia-se com acentuada simplicidade e economia, tinha, como se dizia naquela época e se diz ainda hoje, o cabelo ruim – apesar de eu nunca ter visto cabelo matar nem fazer perversidade com ninguém – mas era linda de corpo, uma verdadeira princesa de formosura.

Isto ocorria porque até fins de 1990 e início do ano 2000 não havia, para o pobre, as possibilidades alimentares, ou melhor dizendo, a fartura que temos hoje.

Explico melhor: Naquela época o pobre ganhava tão mal que, se vacilasse, passava fome. As pessoas iam ao mercado e compravam o essencial: feijão, arroz, farinha, açúcar, sal, óleo, macarrão e, sempre que possível, carne. Às vezes quando a situação apertava, trocavam a carne por ovos, e faziam “bife do zoião”. E o dinheiro, não raro, acabava aí.

Pobre não comprava creme de leite, nem biscoito recheado. No máximo, trazia biscoito do tipo poca-zóio. Pobre não comprava presunto, nem salaminho, nem queijos. Este último só muitíssimo raramente, em uma festa de São João ou fim de ano, e só.

Pobre não comprava leite condensado, nem frutas como uvas ou maçãs, nem todas as coisas diferentes, importadas e industrializadas, que o rico comia com invejável fartura.

Hoje a situação mudou. A partir do governo de Fernando Henrique houve um pequeno aumento no poder de compra do salário mínimo, que melhorou as condições alimentares da população mais pobre. Esta política salarial teve ampla continuidade nos dois governos de Lula e nos de Dilma, a ponto de hoje termos uma salário mínimo que equivale a cerca de 260 dólares, quando na década de 1980 o pobre tinha de sobreviver com um salário que equivalia a inacreditáveis 75 dólares mensais, em média.

Por tudo isso o pobre, hoje, come com vontade, com gosto, até com excesso, porque comer é bom e se torna ainda melhor quando se consome de tudo quanto era impossível degustar anteriormente, desde salaminho a frutas importadas, desde latas e mais latas de creme de leite até carne em fartura.

O resultado é que hoje, as moças e mulheres ricas, que têm mais aceso à informação, se cuidam mais, se alimentando de forma mais racional e adequada, e por isso estão magrinhas, esguias, com lindas formas que resultam de uma alimentação balanceada, muitas vezes acompanhada de exercícios físicos.

Já as moças e, sobretudo, as mulheres pobres com mais de 30 anos estão engordando visivelmente, quase sempre acima do peso, desajeitadas, sem cintura e com bem menos formosura. As vezes nem lembram as lindas moças que foram outrora!

As mulheres pobres que se cuidem, porque além de se sujeitarem a ter mais complicações de saúde, ainda correm grave risco de perder a corrida da beleza feminina para as ricas, que além de terem roupas melhores, mais instrução, serem mais produzidas e se exercitarem nas academias, se alimentam mais racionalmente, ficando, simplesmente, mais saudáveis e mais bonitas.

Julio Cezar de Oliveira Gomes é graduado em História e em Direito pela UESC – Universidade Estadual de Santa Cruz. e-mail: juliogomesartigos@gmail.com

Permitida a reprodução total ou parcial, desde que citada a autoria.

4 respostas para “GORDAS E MAGRAS”

  • Duda Weyll says:

    Não sei como os blogs de Ilhéus dão espaço a um sujeito tão machista, racista e desrespeitoso com o corpo feminino… Parece um jagunço, se a UESC dá diploma de História e Direito pra gente que pensa assim (e publica seu pensamentos dessa forma) eu preciso rever meus conceitos sobre a instituição.

  • Julio Cezar de Oliveira Gomes says:

    A mesma Constituição Federal de 1988 que nos garante a liberdade de expressão nos impõe assumir os posicionamentos externados. Isto está no artigo 5º, inciso IV, da CF/88 que estabelece: “é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato.”
    Acertados ou equivocados, tenho a transparência e a coragem de assinar, com o nome completo e referências pessoais, todos os textos que produzo. Uns agradam, outros nem tanto, mas assumo a autoria e a responsabilidade por todos eles.
    Tomo a liberdade de propor que as demais pessoas adotem o mesmo procedimento e assumam suas manifestações públicas, sem pseudônimos, sem apelidos, sem constar somente o primeiro nome, em resumo, sem anonimato.

    • Duda Weyll says:

      Percebe um link no meu nome? Ele redireciona para http://www.weyll.com , meu domínio… Não sei se você conhece como é o protocolo, mas para ter um domínio você precisa atrelar uma pessoa física ou jurídica (pessoa física, no meu caso). Se você quiser saber mais um pouquinho, basta busca “who is weyll.com” e o google te dirá exatamente quem eu sou, vai te dar até meu enderaço e a empresa que hospeda meu domínio.

      Caso não queira ter esse trabalho, meu nome é Durval Weyll Cardoso e Silva Neto (Duda Weyll, como muitas pessoas de Ilhéus me conhecem), bacharel em Belas Artes, morador da Rua 4, número 191, Jardim Boa Vista, Ilhéus – BA… Algum problema?

      Pronto, você sabe quem eu sou… Mas o que você tem a dizer sobre o crime de injúria racial e ao discurso misógino desse senhor, Julio Gomes?

  • Julio Gomes says:

    Caro Sr. Durval Weyll
    Não há crime de injúria racial nenhum no texto, e sim uma crítica direta a como parte da sociedade qualifica, ainda hoje, o cabelo crespo pois, infelizmente, muitos até hoje o chamam de “cabelo ruim”. Quando falo, em relação a esta forma de qualificar o cabelo: “apesar de eu nunca ter visto cabelo matar nem fazer perversidade com ninguém”, estou justamente mostrando a inadequação do termo, me posicionando, explicitamente, sobre o quanto o mesmo é descabido.
    Quanto a você ver o discurso como misógino, entendo que faz parte de sua liberdade interpretativa. Apenas tentei, no texto, alertar às mulheres sobre o avanço da obesidade entre elas e os problemas daí decorrentes, de forma direta e em termos populares, bem inteligíveis. E quem tenta alertar às pessoas do sexo feminino sobre um mal da modernidade não lhes tem desprezo nem preconceito, mas apreço e desejo de que abram os olhos e se acautelem mediante as mudanças comportamentais cabíveis.
    Um forte e sincero abraço!
    Julio Gomes

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