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AS TARTARUGUINHAS ILHEENSES

Anísio Cruz – fev. 2018

Elas emergiram das finas e alvas areias da Praia de S. Sebastião, mais conhecida por Praia da Frente, e com aquela determinação atávica, foram céleres em direção ao mar. Centenas delas, minúsculas e desajeitadas tartaruguinhas, lançaram-se às ondas, e nadaram para a longa vida, que as esperam. Um pequeno percentual de apenas 7% irão chegar à idade adulta, e daqui a 20 anos, pouco mais, pouco menos, retornarão ao seu berçário, para realizarem a desova, que lhes assegura a perpetuação da espécie.

Não sei a sua espécie, mas as informações que nos chegaram, foi que, por felicidade, militares que rondavam pelas cercanias, perceberam um aglomerado de pessoas na praia, e foram verificar de que se tratava. Eram passantes que, desavisados do crime ambiental que praticavam, molestavam uma tartaruga adulta, no sublime ato da postura, certamente para se apoderarem dos ovos. Como ameaçaram retornar, o militar fez uma camuflagem do ninho, o que confundiu os predadores humanos, fazendo com que tempos depois, viessem assistir a eclosão e os bichinhos viessem à luz.

O fato em si, tão comum desde o surgimento da vida na terra, reveste-se de particular sentido, pois revela o retorno daquele animal adulto à praia que a pariu, sabe-se lá há quantos anos. Assim como ela, outras devem ter chegado, ou chegarão à nossa orla, que no passado, visitavam amiúde. Sim, era comum que tartarugas adultas frequentassem essas águas, mesmo correndo o risco de serem capturadas, para que a sua carne fosse consumida. Assisti, muitas vezes, elas se exibindo nas proximidades do extinto VELHOS MARINHEIROS, quando as ondas ainda quebravam no cais, ou espraiavam-se preguiçosamente, na praia da

2 de julho, por exemplo. Após o surgimento do Projeto TAMAR, com a disseminação de informações sobre os hábitos das tartarugas marinhas, elas passaram a ser mais respeitadas, e preservadas. Porém, muitas ainda são capturadas e mortas por redes de pesca, mundo a fora, sem que os pescadores possam salvá-las em tempo, já que precisam emergir para respirarem, morrendo afogadas, apesar da sua enorme capacidade de permanecerem submersas, no seu processo vital.

Triste saber que, mesmo com os cuidados desenvolvidos por aquela ONG, das 7 espécies de tartarugas existentes, apenas a tartaruga australiana, está fora da lista vermelha, em risco de extinção. Elas que estão aqui, desde os tempos dos dinossauros, ou seja, há uns 350 milhões de anos, vivem em média 80 anos, e já houve alguns indivíduos analisados, que atingiram 135 anos. Uma longa vida, se assim as circunstâncias permitirem.

Entretanto, fico feliz em conhecer a histórias das nossas pequenas e desajeitadas tartaruguinhas, nossas conterrâneas, salvas pela ação dos soldados que as protegeram no seu nascimento, evitando que fossem capturadas sem que tivessem tempo de atirarem-se às águas tépidas, como são as que banham a costa ilheense. Com a sua abnegação, eles permitiram que, ao menos por algum tempo, a espécie esteja preservada, e vivam o tempo suficiente para, em idade adulta, reiniciem o ciclo da vida, acasalando-se, desovando nas nossas praias, por muitos séculos. Que venham outras para cumprir o seu destino, na rota da vida. Ilhéus as espera de braços abertos.

1 resposta para “AS TARTARUGUINHAS ILHEENSES”

  • boquinayty says:

    justamente a luz, dos postes , pois as mesmas seguiram direção contraria, virando presas fáceis. urubus, políticos e outros… ESPECIE NAO EXTINCAO QUELONIOS VERDES JAH POLITICOS RACA EM EXCESSO , PRESOS AGORA..

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