Anísio Cruz – abril 2018

E ali estava ela maravilhada,

Dançando em êxtase entre poças d’água,

Com os pingos frios a lhe lamber o corpo desnudo.

Sorria zombeteira ante olhares ávidos,

Que a seguiam por detrás dos vidros.

Na noite molhada que lentamente escorria,

Da sua alma penada.

Dançava rindo, e sozinha girava.

Cantava a música que só ela ouvia.

Inebriada, ainda bailava,

Quando a luz do dia a amanheceu mulher.