AS RATAZANAS ESTÃO À ESPREITA
Anísio Cruz – abril 2018
As ratazanas estão à espreita. São grandes o suficiente para abocanhar a vontade de toda a nação brasileira que, por instantes (meros instantes), sentiram-se vingadas pelas punhaladas recebidas nos últimos anos, com a prisão do poderoso chefão que, sorrateiramente, se apoderou da alma da nossa gente. São ladinos, frios, calculistas, e se acham incólumes, inatingíveis, já que possuem o martelete da Justiça, que brandem contra todos os que erguem a voz contra as suas mazelas. Mas, em que pese tudo isso, posso afirmar, com todas as letras, que são leais aos que os nomearam, provavelmente sob enojantes comprometimentos das próprias almas. Negociadores sagazes, transitam nas altas esferas políticas, e delas são servis escravos, e a um só tempo, achacadores, colhendo benefícios pessoais inconfessáveis, sempre com o sorriso cínico que os caracterizam. Vestem as togas da Justiça, e delas se prevalecem, escondendo suas torpes intenções. Não são todos, é verdade. Mas em suas mãos, as sujas e as limpas, nós brasileiros de todas as matizes, devemos colocar as nossas melhores expectativas, nossas aspirações daquilo que entendemos por Justiça.
É certo de que, em meio ao caudal ideológico que permeia a nossa brasilidade nagô, há considerável massa de esquerdistas, ou esquerdizados, a vibrar com a mínima possibilidade de soltura do seu ídolo, preso em Curitiba, a promover transtornos à população daquela capital, sabidamente ordeira, e pacífica. Aliás, a desorganização causada por centenas de cidadãos manobrados por eles, chegaram às raias do desrespeito aos níveis de civilidade, minimamente aceitáveis, pelos moradores da região próxima à sede da PF, adaptada para “hospedar”, por alguns dias, o ilustre presidiário, mantendo-o em acomodações excepcionais, diante dos demais presidiários, inclusive muitos dos seus comparsas, encarcerados no andar inferior. Uma regalia, certamente, proporcionada pela autoridade judicial, de quem partiu a ordem de aprisionamento. Ainda assim, temos assistido as tentativas de visitações, por senadores a ele ligados, e também personalidades internacionais, provavelmente mal informadas, mas que não logram a permissão ao seu intento, segundo as normas vigentes. Verdade seja dita, as suas propostas, postas à mesa, a criação de factoides políticos, vitimizando o condenado, de forma orquestrada, serão levadas a cabo, por muito tempo ainda, até serem reajustadas as condições de encarceramento. A própria PF, assoberbada de afazeres inerentes à sua função, já acusa uma sobrecarga financeira às suas despesas, desde que o acolheu nas suas dependências improvisadas.
Agora, com a notícia de uma “revisão” da sua ordem de prisão, a perplexidade de todos os que exigiram o cumprimento da lei, se justifica pela mínima possibilidade de soltura, que se evidencia, para quem sabe ler nas entrelinhas. A “turma” de Ministros à qual competirá o procedimento, é sobejamente conhecida pela sua incondicional postura crítica às decisões do Juiz Sérgio Moro, este sim, fiel cumpridor dos ditames das leis, festejado, e reconhecido até no exterior, como um paladino da Justiça. A nós, espectadores dos embates que são travados em todas as instâncias, aguardaremos o desfecho da decisão a ser tomada nos próximos dias. Espero, sinceramente, que haja Justiça, e que o mal seja extirpado, definitivamente, do nosso convívio.