Anísio Cruz – abril 2018

Quando te fores, caminhas a passos miúdos,

Para que possa segui-la, nos longos caminhos da vida.

Deixai pegadas, para que possa te acompanhar,

Mesmo à distância, sem perder o teu rumo.

Levas apenas o necessário. Excessos irão te pesar.

Não mudes tanto de direção, pois a poeira levantada,

Fará com que me turve a visão, e ficarei perdido.

Vez em quando, faça sinais de fumaça, para me orientar.

Mas cuida de fazer muitos, pois os ventos irão espalhá-los,

E talvez, por um deles eu possa me guiar.

Enquanto segues, olhai para as margens da estrada,

E quem sabe, encontrarás uma fonte de águas fresca,

Onde possas banhar-te, e saciar a sede.

Não te apresses nessa tua jornada.

Saibas que os meus pés já te seguem cansados,

E podem me fazer tropeçar, e lançar-me ao chão.

Se assim ocorrer, cuida de voltar um pouco,

E ajuda-me a erguer-me, para que possa prosseguir.

Quando quiseres descansar, buscai uma boa sombra,

Uma árvore talvez, onde possas fazer abrigo.

Vejas se tem frutos ao alcance das tuas mãos,

E sacia a tua fome, pois quando retomares à jornada,

Precisarás estar forte para seguir em frente.

Lembra -te: a vida recomeça a cada nascer de um novo dia.